Câmara debate visibilidade lésbica

A Câmara aprovou para a próxima sexta-feira, às 9h, no plenarinho, a discussão sobre o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. O requerimento que deu origem ao evento é de autoria de vereadora Isabella de Roldão (PDT ) e na semana passada teve a votação adiada a pedido da vereadora Michele Collins (PP ). Nesta segunda, 25, a medida voltou ao plenário e foi aprovada, registrando apenas o voto contrário da parlamentar.

”O que falei na semana passada é que essa Casa é aberta para todos os temas serem debatidos. Posicionei-me  contrária ao evento,  porque creio que o Dia 08 de Março – Dia da Mulher – já homenageia todas as mulheres, inclusive as lésbicas”, afirmou  Michele Collins. Para ela, destacar a data da visibilidade lésbica é  “ incentivar a sociedade a praticar tais  atos. Hoje crianças e adolescentes acompanham  tudo na  televisão, abertamente”. A parlamentar fez questão de ressaltar ainda  que enquanto estiver na Câmara irá se posicionar contrária a este assunto.

No entanto, a autora do requerimento,  Isabella de Roldão, afirmou que respeita e compreende o ponto de vista da outra vereadora, mas que  o tema tem pontos importantes para serem discutidos. “Retirei o nome ‘homenagem’ para usar ‘discussão’.  Mas no próximo dia  29 é o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica e  muitos assuntos  importantes devem ser abordados”, disse.  A parlamentar lembrou que a programação da TV diz respeito às emissoras e não  mostra  o mundo real. “Precisamos discutir ações para tirar estas pessoas da invisibilidade. A  pessoa humana tem de ser respeitada. Eu aproveito para afirmar que defenderei este assunto enquanto estiver nesta Casa”,  ressaltou.

O vereador Jurandir Liberal (PT)  parabenizou  Isabella de Roldão e se disse preocupado com a retirada do termo  “homenagem”, pois gostaria de votar desta forma. “ Há alguns anos eu fiz uma homenagem ao Dia Nacional  da Visibilidade Lésbica. Todo dia se aprova  várias datas na Câmara e precisamos  não ter  preconceito”. Ele também  citou a  Constituição Federal que estabelece garantias individuais e  o direito  à liberdade  religiosa, “pois ninguém pode obrigar o outro a ter a mesma religião”.  Lembrou ainda que  sempre buscou,  com outros vereadores,  combater a homofobia.

Em 25.08.14 às 17h59