Câmara discute solução para conflitos entre taxistas do Recife e de outros municípios
De acordo com a proposta, que foi aprovada por unanimidade no encontro, a prestação do serviço será formalizada através de um contrato escrito com o passageiro. O contrato de prestação de serviço permitirá que o taxista retorne com o passageiro ao município onde o serviço foi contratado. Mas fica proibido fazer praça nos pontos de táxi do Recife ou oferecer o serviço na capital. “Uma das vantagens seria a cobrança de multa pelo município de origem sem a necessidade de reter o carro do infrator como acontece hoje. O embarque de passageiros seria garantido a partir de um contrato onde constariam dados do cliente. Lembro que a solução deve partir do Recife. Temos essa responsabilidade e não vamos fugir dela”.
O vereador frisou ainda que esse é um assunto que interessa a toda a sociedade.” Vamos trabalhar com cautela e responsabilidade. Precisamos debater com clareza e encontrar uma solução para esse impasse que pode se transformar em uma guerra. Queremos construir uma solução que garanta o direito de todos”, afirmou.
No Recife, trabalham seis mil taxistas permissionários e outros doze mil auxiliares. Eles sofrem a concorrência de táxis de outras cidades que trabalham na capital. O taxista Gilberto Góes disse que recebeu ameaças ao levar um passageiro ao município de Pesqueira e ficou assustado. “Sou contra os carros que fazem praça aqui no Recife. Mas defendo o direito deles de buscar ou levar seus clientes em outras cidades. Estamos presenciando no Recife uma guerra que está só começando. A flexibilização é necessária para que possamos continuar a trabalhar em paz”, alertou.
Os taxistas que participaram da reunião destacaram a popularização dos aplicativos de celular usados por um número cada vez maior de passageiros que precisam de táxi. Segundo os permissionários, esses aplicativos não possuem filtro, por isso facilitam a invasão de taxistas de outros municípios no Recife e servem de proteção para os infratores.
Para o taxista Severino Ramos, o problema se agravou porque alguns municípios emitiram mais licenças do que comporta a demanda nessas cidades. “Gestores foram irresponsáveis e não podemos pagar pela irresponsabilidade deles”, reclamou.
A vereadora Isabella de Roldão (PDT) participou da reunião e defendeu a criação de mecanismos para possibilitar que taxistas de outras cidades possam entrar no Recife com passageiros do município de origem e que eles possam aguardar e retornar com o cliente.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Everaldo Menezes, e os diretores do sindicato, Manoel Rodrigues e Gustavo Pádua, garantiram que vão buscar uma saída para o impasse que ameaça a categoria. “A gente vai encontrar uma solução para beneficiar as pessoas que estão sendo prejudicadas e punir com multas altas quem está trabalhando errado”, disse Menezes.
Em 24.03.2015, às 22h14