Câmara realiza homenagem póstuma ao ex-vereador Gilberto Luna

A reunião solene começou às 10h30, durou uma hora, e foi presidida pelo vereador Vicente André Gomes (PSB), também presidente da Câmara Municipal do Recife. “Esta casa se sente honrada pela feliz iniciativa de Raul Jungmann”, afirmou, anunciando em seguida que a Mesa Diretora, em comum acordo com o primeiro secretário Augusto Carreras (PV), decidiram fazer uma nova homenagem a Gilberto Luna: “O futuro Centro do Estudos da Câmara receberá o seu nome”, anunciou. Estiveram presentes os vereadores Eurico Freire (PV), André Régis (PSDB) e os deputados estaduais Eriberto Medeiros e Waldemar Borges. Esse último foi vereador e presidente da Câmara na época em que Giberto Luna foi primeiro secretário da Casa de José Mariano.

Ele era pai do vereador Aerto Luna (PRP). Faleceu aos 78 anos, em 25 de julho deste ano, com falência múltipla dos órgãos. O velório foi realizado no plenário da Câmara Municipal do Recife, que ficou em luto oficial por três dias. Raul Jungmann disse que o convívio com Aerto Luna, mostrava bem como deveria ser o pai. “Eu decidi fazer esta homenagem desde o momento que recebi a notícia do falecimento. Durante toda a doença dele, por coincidência, meu irmão também estava internado. Eu e Aerto Luna conversávamos sempre sobre o estado de saúde de ambos. E nas conversas, tomei conhecimento de suas histórias”, afirmou Jungmann, num discurso emocionante.

“Olhando a sua biografia, vejo que ele poderia exercer qualquer cargo público. Mas, ser vereador era mais do que uma carreira política. Era uma escolha.  Ele optou ficar ao lado da categoria sindical que era sua âncora, os taxistas, cujo sindicato foi presidente por 40 anos. E ser representante do povo do Recife era de fato a sua identidade política”, definiu Jungmann, que citou de cor: Gilberto Luna entrou para o Sindicato dos Taxistas em 1972, em plena ditadura militar; em 1982, elegeu-se vereador. Foi primeiro secretário da Câmara Municipal do Recife; terceiro secretário; membro de todas as comissões; autor e coautor de numerosos projetos de lei. “Seria exaustivo dizer todo o seu percurso. Mas ele exerceu com responsabilidade as funções que lhes foram atribuídas, conquistando o respeito de todos”, assegurou. Gilberto Luna nasceu em 4 de fevereiro de 1935, no município de Belo Jardim. Exerceu seis mandatos como vereador do Recife. 

Aerto Luna fez questão de agradecer, sem dicurso lido, mas de improviso, à homenagem póstuma ao pai. “É uma oportunidade de falar direto do coração. E estou muito tranquilo de fazê-lo, pois aqui estão presentes as pessoas que participaram da sua vida, da amizade, da intimidade, do carinho e do respeito do meu pai. Amigo do meu pai é meu amigo”, afirmou. Ele acrescentou que Gilberto Luna tinha três peculiaridades: a família, os taxistas e a vida política. “Ele não fez outra coisa na vida além de se dedicar a essas três paixões. Era um homem que não teve estudo, mas foi formado na universidade da vida. Tinha doutorado e mestrado e soube aproveitar o que Deus lhe deu”.

O vereador disse, ainda, que Gilberto Luna foi “um venecedor em todos os aspectos e realizou tudo o que planejou”. E acrescentou que ele “amou tanto a categoria dos taxistas que morreu no Dia de São Cristovão”, padroeiro dos motoristas. E que “amou tanto a família que preparou sua partida nos mínimos detalhes”, pois vinha tomando numerosas medidas havia um ano. Aerto Luna acrescentou que o pai foi um estrategistas, que sabia dar valor às pessoas e que era sobretudo um sábio que soube cultivar amizades.

Em 05.09.2013, às 12h55.