Centenário de Paulo Cavalcanti recebe homenagem da Câmara
Já em 1941 candidatou-se a deputado estadual e alcançou a primeira suplência tendo assumido o mandato depois. A partir daí foi também redator do Jornal Folha do Povo, onde defendia os parlamentares comunistas da Câmara Municipal. Já em 1947 entrou para o Partido Comunista Brasileiro. Reeleito em 1951/1954, defendeu os direitos da Associação do Ministério Público, que ele havia fundado, bem como a liberdade de opinião e de pensamento. Fez oposição aos governos Agamenon Magalhães e Etelvino Lins. Ajudou a eleger Pelópidas Silveira pelo voto direto. Participou ainda da campanha de Cid Sampaio e de Miguel Arraes. Apoiou João Goulart, mas com o regime militar foi preso e aposentado compulsoriamente. Publicou obras importantes como “O Caso eu Conto como o Caso foi Memórias Políticas”. Foi presidente do partido PCB em Pernambuco e foi eleito vereador do Recife, quando faleceu no exercício do mandato em 1995.
André Régis ressaltou qualidades do homenageado como as da busca pela igualdade das pessoas. Essa foi a luta dele, igualdade mais do que a liberdade. Divirjo dele porque minha busca política é mais por liberdade. Mas o admiro por sua busca por uma sociedade igualitária. “Conheci Paulo quando era menino e frequentava a casa dele, razão dessa homenagem. Ele era um político que defendeu uma visão de mundo. Acreditava em uma sociedade mais justa, mais igual. Grandes políticos se movem por ideia e ele era um desses”.
O prefeito do Recife, Geraldo Júlio, enviou uma mensagem que foi lida pelo secretário de Governo Sileno Guedes. O Prefeito estava em viagem e não pode comparecer à cerimônia. Além da mensagem do chefe do Executivo, o vice-prefeito Luciano Siqueira falou do amigo. “Quero acrescentar que a luta de Paulo é a de milhões de pessoas no mundo inteiro, pessoas anônimas e outras cronistas e analistas de seu próprio tempo. Estes deixam um a obra que deve ser revisitada de tempos em tempos, sobretudo em momentos críticos ou de grandes mudanças como agora passamos. A obra de Paulo Cavalcanti tem de ser revisitada sempre”.
Albuquerque Pereira, colega de Paulo, leu uma crônica escrita pelo amigo intitulada Um Grito de Amor pelo Recife, do livro Homens e ideias de meu tempo. Na crônica, Paulo relata um Recife que poderia ser mais igualitário onde pontua que a cidade não mudou, nós é que mudamos. Também discursou a neta do homenageado, Laís de Barros Cavalcanti. Ela disse que falar do avô era falar de justiça, de um homem que lutou pela igualdade, que viveu para mudar o mundo. Vicente André Gomes (PSB), presidente da Câmara lembrou que muitas vezes se aconselhou com o colega vereador, especialmente sobre lições de nacionalismo, igualdade e liberdade. “Essa tarde é histórica, representa o sentimento da verdade de um homem que honrou a Pátria”.
Em 27/05/2015 às 17h44.