Comerciante do Mercado de São José recebe Título de Cidadão do Recife

Para homenagear o povo do Recife, ou o Zé povinho, como carinhosamente se referiu o vereador Raul Jungmann (PPS), ele propôs conceder o Título de Cidadão do Recife ao comerciante Zenildo Ferreira, hoje proprietário de um boxe de venda de artesanato no centenário Mercado de São José. Ele é alagoano, do município de Murici, e veio para o Recife com 15 anos de idade. Aqui fincou raízes, criou família de onze filhos, 15 netos e um bisneto. Agregando o real sentido de família.

Raul ressaltou que Murici, apesar da água e da possibilidade de desenvolvimento, é um dos municípios mais pobres do país. Só para se ter ideia, cerca de 60% da população recebe o bolsa-família. O lugar nunca teve o olhar das autoridaes e do poder público. “Quando chegou aqui, Zenildo logo percebeu que o Mercado de São José, coração do comércio popular da cidade, precisava diversificar suas vendas e iniciou trabalho inovador vendendo artesanato. Foi o primeiro a comercializar bonecos do Mestre Vitalino, ajundando a torná-lo conhecido no mundo.

Hoje o Mercado de São José é um verdadeiro centro cultural e de artesanato graças ao comerciante Zenildo Ferreira. Depois de 52 anos ali instalado incorporou o Mercado à própria vida. “Presto esta homenagem ao povo do Recife, ao Zé povinho, que vive tantas dificuldades no dia a dia do transporte público ruim, da luta pela educação dos filhos e tantas outras batalhas. Essa é uma justa homenagem ao povo, prestada através dele, um homem que dedicou a vida ao Mercado de São José.

Zenildo começou a fala afirmando que era primeiro, nordestino, natural de Murici, mas era recifense de vida e de coração desde que aqui chegou em 1958. “Foi na feira livre de Murici, aos 8 anos de idade, que comecei o ofício de comerciante. Vendia caixa de fósforo em um papelão pendurado no pescoço”. Ele contou que a mãe queria que os filhos estudassem e por isso mudaram para o Recife. Assim que chegou foi trabalhar com o pai na feira livre e depois foi para o Mercado de São José onde ficou até hoje.

Zenildo contou que o Mercado era uma espécie de feira livre e ele logo adquiriu um boxe dentro e começou a vender artesanato. “Fui pioneiro nessa atividade. Transformei a feira livre em centro cultural e de artesanato. Este Título é o reconhecimento a um cidadão trabalhador”.

 

Em 10/12/2014 às 17h42