Comissão de Mobilidade debate uso de moto no trânsito
O presidente da Comissão de Acessibilidade e Mobilidade, vereador Gilberto Alves (PTN) disse que os trabalhos de consulta pública da sociedade civil se encerram na próxima audiência pública, que abordará o tema “Cargas e Descargas”, com técnicos da área. “Ao final, o vereador Múcio Magalhães (PT), que é o relator da comissão, irá apresentar o relatório que será debatido e votado em plenário”, informou. Ele acrescentou que a intenção é incluir todos os setores da sociedade no debate para aprimorar o projeto de mobilidade.
“As motos representam hoje uma calamidade social. É um problema de saúde pública, de insegurança no trânsito e um agravante na questão da mobilidade. Precisamos mudar muita coisa sobre o uso desse modal, assim como a forma com que outros meios de transporte se comportam em relação às motos. Por fim, mudar a legislação, pois tudo isso está impactando negativamente no trânsito do Recife”, disse Gilberto Alves. O presidente do Instituto Pelópidas Silveira, que fez a minuta do Plano de Mobilidade da Prefeitura do Recife, Milton Botler, participou da audiência. Foi esse plano quem originou a Comissão de Mobilidade. “Nas grandes cidades do mundo, onde se respeita as leis de trânsito e se trabalha com segurança, a moto não existe no volume que há no Recife”, afirmou Botler.
O diretor de Transportes da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Carlos Augusto Elias, disse que a Prefeitura do Recife está preocupada com o grande número de acidentes envolvendo motociclistas. A cidade tem cerca de 500 mil carros e 110 mil motos registrados. “A grande parte dos acidentes com motos ocorre por imprudência dos motoqueiros ou falta de educação deles no trânsito”, disse Carlos augusto. Um levantamento do Denatran, apresentado por ele na audiência, comprova que 80% dos acidentes de moto ocorrem nos cruzamentos e também porque o motorista não respeita a faixa de pedestre ou avança sinais. A PCR, segundo ele, vai contratar 200 novos agentes de trânsito para aumentar a fiscalização de motos.
O diretor de Fiscalização do Detran, Sérgio Lins, também participante da audiência pública, assegurou que o principal problema dos motoqueiros no Recife é a falta de educação no trânsito. “A conscietização, portanto, é de fundamental importância”, afirmou. Ele argumentou que a falta de educação é tanta que alguns usuários de moto se esquecem, inclusive, de garantir a proteção individual. No caso, se esquecem de usar capacetes. O coordenador do Comitê Estadual de Prevenção ao Acidente de Motos, Hélio Calábria, informou que em Pernambuco ocorrem dois acidentes com morte por dia, por causa de motos. “Um dos grandes problemas é que muitos motoristas sequer têm habilitação”, afirmou.
A socióloga Maria da Glória Miranda, que participa do grupo Mulheres na Estrada, de motociclismo especializado em mulheres, reconheceu que a grande parte dos motoqueiros não respeita a legislação de trânsito por que trabalha sempre com pressa. “Eles fazem entregas e estão sempre apressados. Vêm daí os maus habitos. O probelaé sobretudo de falta de educação no trânsito”, observou. Ela fez uma diferenciação: motoqueiros são pessoas que usam a moto como ferramenta de trabalho remunerado. Os motociclista, que é o seu caso, usam o veículo para passeio e lazer.
Em 25.05.2012, às 12h35.