Comissão de Mobilidade realiza audiência pública com taxistas
A audiência pública foi coordenada pelo vereador Gilberto Alves (PTN), que preside a Comissão Especial de Mobilidade Urbana do Recife. “Essa é a nossa forma de abrir o debate para a comunidade, permitindo que os diversos setores compactuem com o conjunto do Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade, que está tramitando nesta casa legislativa”, disse. As audiências públicas estão inclusas numa sequência de trabalhos iniciados no ano passado pela comissão, que deverá apresentar relatório até o final do semestre. Alguns vereadores compareceram à reunião: Josenildo Sinésio (PT), relator da comissão; Romildo Gomes (PSD), Aerto Luna (PRP), Amaro Cipriano Maguari (PSB) e o presidente da Câmara, Jurandir Liberal (PT). Também esteve presente o ex-vereador Gilberto Luna.
As propostas do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco para o Plano de Mobilidade e Acessibilidade do Recife são os seguintes: massificar as chamadas de táxi pela internet; planejar mobiliário urbanos para pontos de táxis (pontos com cobertura e equipamentos sanitários); implantação de novos pontos de táxi (contemplar áreas com o maior número de chamadas); restrição à circulação de carros particulares no centro expandido (desestimular a circulação, dando prioridade à circulação de ônibus e táxis); circulação de táxis nos corredores exclusivos de ônibus (atualmente só é permitido se o táxi estiver com passageiro); integrar os táxis ao sistema da Secretaria de Defesa Social (implantação de GPS nos carros); permanência do tamanho da frota do sistema de táxi e, finalmente, combate à ideia de implantação do Táxi Metropolitando, mantendo o sistema de atual (cada cidade tem sua própria frota).
O diretor de Transportes da Companhia de Trânsito e Transportes Urbanos (CTTU), Carlos Augusto Elias, esclareceu que dentro da discussão de mobilidade é preciso fazer uma diferenciação entre os transportes de massa. “Os ônibus são coletivos e os táxis, individuais. Eles são fundamentais para os deslocamentos específicos e pontuais. São uma forma de deslocamento complementar.”, afirmou. O serviço de táxi do Recife, segundo ele, funciona com 6.125 carros, o que dá uma relação de um táxi para cada 251 habitantes. “Esse é um número significante. Em alguns momentos, há carência. Mas isso só ocorre em eventos pontuais, o que não determina a necessidade do aumentar as permissões. Os eventos não podem ser o termômetro para o aumento da frota”, disse.
O parâmetro mundial determina um táxi para 300 habitantes. O Recife é umas das capitais que seguem essa norma. De acordo com os números apresentados por Carlos Augusto Elias outras cidades do mesmo porte do Recife não oferecem o mesmo número de carros à população. Porto Alegre tem um táxi para cada 359 pessoas; Salvador, 382; Belo Horizonte, 417; Fortaleza, 557; Curitiba, 776 e Goiania, 1.058. O problema de mobilidade do Recife, segundo ele, é agravado pelos chamados carros particulares, que poderiam transportar até cinco pessoas. Mas transportam em média 1,5. “No entanto, as políticas públicas sempre foram voltadas para facilitar este deslocamento”, disse. A frota do Recife é de 580 mil veículos (motos, táxis, ônibus e carros particulares), dos quais 400 mil são carros de uso particular.
O presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Milton Botler, que elaborou o Plano de Mobilidade proposto pelo Poder Executivo e que está tramitando na Câmara, disse que o documento tem a lógica do cotidiano. “O plano regulamenta o sistema de mobilidade e transporte do Recife e é composto dos seguintes elementos básicos: infraestrutura urbana, meios motorizados e não motorizados e dos serviços de passageiros. O tema da audiência pública de hoje contemplou exatamente o terceiro ponto do sistema”, afirmou. O representante da Secretaria das Cidades na audiência, Alfredo Bandeira, acrescentou que o Governo do Estado também está elaborando um plano de mobilidade para toda a Região Metropolitana e que vai priorizar os modais públicos, o que inclui os serviçso de ônibus e táxis.
Em 16.03.2012, às 13h.