Comissão de vereadores recebe deficientes auditivos

Um grupo de surdos acompanhou das galerias parte da reunião plenária desta quarta-feira, 07. Representando os cerca de quatro mil deficientes auditivos de Pernambuco, eles vieram pedir apoio aos vereadores para uma luta nacional, que é a criação de escolas bilíngues para surdos. Os vereadores Isabella de Roldão (PDT), Henrique Leite (PT), Michelle Collins (PP) e Almir Fernando (PC do B) fizeram parte da comissão formada para receber um documento com as reivindicações do grupo.

Além da escola bilíngue, eles pediram também salas de aula separadas para surdos e ouvintes e a inclusão da Língua Brasileira dos Sinais – Libras - como disciplina nas escolas.  A principal dificuldade relatada pelo grupo aos vereadores acontece dentro das salas de aula, durante o processo de alfabetização dos surdos, já que diferente do Português, uma língua oral, a Libras é uma língua visual, com necessidade de professores especializados. Atualmente, nas duas escolas estaduais do Recife, os alunos surdos assistem às aulas com os alunos ouvintes.

“Muitas vezes, o Governo no intuito de inclusão social ou por falta de um esclarecimento maior acha que unir é a melhor solução, mas estamos vendo agora com vocês que não tem funcionado. Minha sugestão é que a gente trabalhe em conjunto com a Assembleia Legislativa para encontrar um caminho melhor”, pontuou Henrique Leite. A mesma opinião foi compartilhada pela vereadora Michele Collins, que disponibilizou a Comissão de Direitos Humanos da Casa ao grupo. “Em novembro, vamos promover uma audiência pública para discutir sobre a situação no Recife das pessoas com deficiência, o que inclui também os surdos”.

Autora de um projeto de lei que já tramita na Câmara sobre a criação de escolas bilíngues para surdos no âmbito municipal, a vereadora Isabella de Roldão também se mostrou solidária à necessidade dos surdos. “Quando a gente propõe a criação dessas escolas, não precisa ser necessariamente a construção física de locais. Basta que as salas de aula sejam separadas para que as crianças possam ser alfabetizadas e avançar nos estudos”. O grupo também pediu ajuda para participar de uma passeata nacional que vai acontecer no próximo dia 14 em Brasília.

Em 07.08.2013, às 18h35