Direitos Humanos ouve relatos de soropositivos e de pessoas com Down

A reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife nesta terça-feira, 09, além da distribuição de 13 projetos de Lei dos vereadores, discutiu dois assuntos: maior inclusão para pessoas com síndrome de Down e as dificuldades enfrentadas por soropositivos. A reunião contou com a presença da presidente da Federação de Pais e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down (Aspad), Maria Thereza Antunes, e com o presidente do Grupo de Amigos na Luta contra a Sida e a Favor da Qualidade de Vida (ASQV), Wilson Mota. “Foram satisfatórias as exposições para propormos a realização de uma audiência e de uma reunião pública, em busca de soluções”, afirmou a presidente da Comissão, vereadora Aline Mariano (PSDB).

As datas ainda serão definidas, mas os outros vereadores da Comissão - Michele Collins (PP) e Jayme Asfora (PMDB) – concordaram  com os encaminhamentos e ouviram atentamente os relatos feitos durante a reunião.  O presidente da ASQV, Wilson Mota afirmou que vive há 25 anos com HIV e  destacou vários pontos que exigem  atenção das autoridades. “Faltam medicamentos  nas farmácias e, mesmo reconhecendo o benefício dos retrovirais, hoje convivemos com outras doenças, como a lipodistrofia, que merece uma atenção especial”.

Ele explicou que a lipodistrofia é uma alteração na distribuição de gordura no organismo e que provoca muitos transtornos aos soropositivos.  “No entanto, encontramos dificuldades de atendimento  nos hospitais responsáveis pelas  cirurgias reparadoras”. Wilson também frisou  a necessidade da carteirinha de livre acesso nos coletivos. “Muitas pessoas com HIV não têm o dinheiro da passagem para  fazer o devido tratamento”. Com base nestas afirmações, a Comissão de Direitos Humanos estabeleceu que serão convidados   representantes das secretarias Municipal de Saúde e de Direitos Humanos para uma próxima reunião. A vereadora Aline Mariano destacou que o objetivo é saber as atribuições de cada órgão para que possam ser cobradas as  responsabilidades.

No que diz respeito a pessoas com síndrome de Down, a presidente da Aspad, Maria Thereza Antunes, explicou que é necessário um reconhecimento maior das potencialidades de cada um. “É preciso que a sociedade tenha um outro olhar para o Down. Antigamente, a mentalidade era de que quanto mais longe do convívio social melhor. Hoje a realidade é outra. Quem diria que  há 40 pessoas com a síndrome que estão cursando  faculdades no Brasil?”. Ela afirmou também que a primeira pós-graduada é moradora do Recife. “Trata-se de uma moça que está  concluindo especialização em educação”.

Os vereadores da Comissão de Direitos Humanos da Câmara estabeleceram que será promovida uma audiência pública com ampla participação de entidades, autoridades ligadas ao tema, além da sociedade, para criação e fortalecimento de uma rede que possa estabelecer atividades a curto, médio e longo prazo.

 

Em 09.04.2013, às 17h.