Eleição ainda repercute entre vereadores

A repercussão sobre o resultado das eleições presidenciais ainda reverbera na Câmara do Recife. Vereadores oposicionistas e aliados avaliaram mais uma vez o resultado entre Dilma Rousseff, eleita com cerca de 53 milhões de votos, e o oposicionista senador Aécio Neves, que alcançou nas urnas mais de 51 milhões de votos. André Régis (PSDB), puxou o cordão dos discursos na tarde desta quarta-feira 5. E foi sucedido por Jairo Britto (PT), Priscila Krause (DEM), e Raul Jungmann (PPS). Nesta ordem, críticas e elogios dominaram o plenário da Casa.

André Régis filosofou sobre o que ele denomina “às vezes ganhamos uma eleição ganhando, às vezes perdemos ganhando, e outras perdemos perdendo” para se referir ao resultado das urnas, que segundo o parlamentar, consagrou a liderança do senador tucano. “Há hoje no país um movimento que fortalece cada vez mais a oposição. Por isso, estamos na oposição para dar rumo e retornar ao caminho do desenvolvimento, para romper com essa conjuntura adversa que o PT colocou o país, usando de uma contabilidade de esconder números".

Jairo Britto estranhou o discurso do colega André Régis afirmando que eleição se ganha com 50% mais 1, o que aconteceu. Para ele, o pleito resultou em uma vitória maiúscula, do melhor projeto de democratização do país. “Um projeto vencedor que criou doutores saídos das comunidades, e isso incomoda muito a quem perdeu. O bolsa-família atinge apenas 25% da população e Dilma ganhou com mais de 50%. Não foi só o bolsa-família que ganhou a eleição”.

Mas Priscila Krause ponderou que o movimento de oposição toma corpo, ganha as ruas, é nacional e legitimado pela liderança do senador Aécio que se consolida. “Alguém já disse que exercer a oposição é tão importante quanto exercer o governo”. Mas ponderou que os adversários têm dificuldade de aceitar uma oposição direta e sem adjetivos. Priscila lembrou que a presidente Dilma na campanha disse  que “fariam o diabo para ganhar a eleição” e segundo a vereadora, fizeram.

Para Raul Jungmann não há interesse da oposição em levar o país a uma situação que venha a interromper o processo democrático. Voltou no tempo para explicar que não há essa propalada divisão entre o voto dos ricos e o dos pobres. Lembrou que em 2002 o presidente Lula foi eleito pela classe média. “Não se pode estabelecer uma cidadania por classe de renda, mas concorda que as rendas mais baixas votam com o governo para não perder conquistas sociais”. Para ele, no entanto, não há nada mais difícil de enfrentar do que a verdade “que vai bater à nossa porta, especialmente na economia”. E desfilou números ruins que assolam o país nesse momento.

 

Em 05/11/2014 às 17h22