Eurico Freire promove audiência sobre “Telhado Verde”

O vereador Eurico Freire (PV) promoveu audiência pública para discutir o projeto de lei do Executivo (PLE 67/2013), em tramitação na Casa, que trata da instalação do “telhado verde”, e construção de reservatórios de acúmulo ou de retardo do escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem. De acordo com a proposta, os projetos de edificações habitacionais multifamiliares com mais de quatro pavimentos e não-habitacionais com mais de 400m² de área de coberta deverão prever a implantação de "Telhado Verde" ou de "Ecotelhado" para sua aprovação.

Estiveram presentes para a discussão, Catarina Durães, da Ecogreen; Vivianí Nogueira do Ministério Público de Pernambuco; Luiz Roberto de Oliveira, da secretaria do Meio Ambiente; Antônio Alexandre, da Secretaria de Desenvolvimento Urbano; Eveliny Labanca, do Instituto Pelópidas Silveira; Cristiane Pandorfi, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco; Catarina Cabral da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (ADEMI-PE); Antônio Valdo, da Emlurb e Osvaldo Fonseca do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE). Também compareceram no encontro, estudantes e profissionais ligados à área.

De acordo com o vereador Eurico Freire (PV), o projeto de lei “telhado verde” tem o objetivo de não apenas melhorar o aspecto paisagístico da cidade, mas também de diminuir a ilha de calor. “A importância da aprovação e implementação desse projeto consiste na necessidade de combatermos as consequências desse fenômeno. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Universidade Federal de Pernambuco há um ano; no Recife, em um mesmo ambiente, a temperatura chega a variar até 13 graus. Em março de 2013, os meteorologistas registraram até seis graus acima da temperatura média esperada para o mês. As ilhas de calor mais características do Recife estão localizadas no centro da cidade, mas a orla de Boa Viagem também se destaca. O que é de se imaginar, pois o que produz esse calor característico são, principalmente, a retirada da vegetação e a impermeabilização do solo - resultado da construção de edifícios e da colocação do asfalto”,enfatizou o parlamentar.

Antônio Alexandre fez uma análise sobre a ocupação no Recife e frisou a importância de debater projetos beneficiando o meio ambiente. “Buscamos a construção de cidades mais saudáveis que ofereçam qualidade de vida e conforto. E só é possível quando temos qualidade urbana e ambiental. Somos uma cidade histórica, com quase 500 anos. Nossa ocupação não respeita elementos entre o natural e o construído. Avançamos mangues, aterramos córregos, rios e pagamos algumas consequências disso. Estamos diante de um desafio. Na Casa de José Mariano temos 3 projetos que focam o meio ambiente e esse faz parte de uma dessas iniciativas extremamente importantes para o nosso Recife”, disse.

Eveliny Labanca lembrou que as áreas verdes são imprescindíveis para as cidades e de como o projeto pode contribuir para a diminuição de temperatura. “A forma ideal de amenizar o calor é construindo áreas verdes. Não significa que não possa haver construção. É a forma de construir que queremos adaptar para a nova realidade. Os corredores de transporte público terminam contribuindo com a elevação de temperatura, como é o caso da avenida Caxangá. A cobertura vegetal e o reservatório de acúmulo ou retardo de águas pluviais são excelentes iniciativas do projeto”.

Cristiane Pandorfi incentivou a ideia dos telhados e elogiou a engenharia em Pernambuco. “Com a nossa engenharia civil, que é uma das melhores do país, a cidade crescerá. Temos engenheiros extremamente competentes. O “telhado verde” tem o objetivo de amenizar o calor e ajudará muito”. Catarina Cabral, representando a Ademi, também concordou com a ideia do projeto.“Não criamos um mercado, ele surge através da demanda e a iniciativa é muito boa. Estamos abertos a novas experiências. Teremos uma transição entre técnica, custo e impermeabilização mas, se isso é um desejo da população, iremos abraçar a ideia”. “O grande desafio é a mudança de cultura. Exigimos que grandes empreendimentos de impacto sejam objetos de análise rigorosa”, lembrou Antônio Valdo.

Luiz Roberto de Oliveira elencou as ações da Secretaria de Meio Ambiente para a melhoria da cidade e de como o projeto beneficiará a população.  “A secretaria está de portas abertas para qualquer um que queira debater. Estamos desenvolvendo a ideia de um sistema de certificação e premiação ambiental para quem ingressa nesses projetos voltados para o meio ambiente. Em relação à arborização, a secretaria está tocando um Plano, lançado ano passado, que prevê um inventário da arborização da cidade. Outro compromisso nosso é de trabalharmos a educação ambiental de forma inclusiva, levar o assunto da sustentabilidade às unidades de ensino e sociedade em geral. Esse projeto é um dos muitos que virão beneficiar o Recife. Daqui para o ano de 2100, o Recife pode perder 20% do território alagado”, alertou.

Catarina Durães explicou sobre a eficácia e benefícios dos “telhados verdes”. “Existe um boato de que eles iriam causar infiltrações, mas não é verdade. O custo e a impermeabilização -se não for adequada- são os dois únicos fatores ruins. Um telhado verde consegue amenizar 6 graus no prédio, de acordo com comprovações de estudos”, disse.

Em 27.03.14 às 18h53.