Frente de Combate ao Crack quer reunião com prefeito do Recife

O parlamentar destacou o trabalho realizado na capital mineira, onde os dependentes do crack dispõem de leitos de internamento que variam de seis a nove meses, e comparou com o tratamento oferecido no Recife. “Temos os Caps, Centros de Apoio Psicosocial, e os abrigos, mas o nosso atendimento só dura até 40 dias e não é parecido com o que tem em Minas”. Já em Porto Alegre, Estáquio destacou a participação da mídia e a parceira entre os municípios gaúchos. “A mídia está fazendo campanhas voluntárias alertando sobre o uso do crack e os municípios estão juntos no combate à droga”. O vereador ressaltou ainda a necessidade de um trabalho integrado entre secretarias municipais, sociedade, representantes do Governo e do legislativo. “Nesse sentido, a Frente foi buscar experiências boas”.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa e também integrante da Frente, a vereadora Aline Mariano (PSDB), também falou da importância de políticas públicas integradas, citou as fazendas e comunidades terapêuticas de Porto Alegre e destacou ainda o trabalho realizado em um centro de referência de Belo Horizonte. “São 31 entidades cadastradas. O usuário que quer fazer tratamento procura e depois é encaminhado, através de instituições conveniadas. É algo inovador, um trabalho de excelência que dispõe de um prédio inteiro para tratamento e o dependente pode optar de acordo com o perfil dele, com espaços de convivência para meninas, homens, correntes religiosas”.

O vereador Marcos Menezes (DEM) disse que ficou impressionado com a receptividade que tiveram os integrantes da Frente e os técnicos da Prefeitura durante a viagem e sugeriu também a exibição do material audiovisual trazido por eles. “Vamos selecionar o material e tenho certeza que alguns companheiros nossos, que ainda não aderiram, irão apoiar essa Frente”.

Josenildo Sinésio (PT) se mostrou preocupado com o aumento do uso do crack no interior de Pernambuco. “Andando pelo interior, os relatos que a gente escuta é uma barbaridade. Se aqui é grave, no interior está crescendo de maneira assustadora. Nós, que temos o ofício de representar o povo recifense, temos por obrigação lutar para preservar a vida e a família. Muitos pais e mães estão com o coração dilacerado, sem saber o que fazer. É papel do poder público encontrar os caminhos para a solução dessa realidade. Essa é uma tarefa nossa”.

Mas para o vereador Gilvan Cavalcanti (PMN), que é delegado especial, o sucesso do combate ao uso do crack depende também da vontade do usuário em se afastar do vicio e de quem oferece drogas. “É preciso fazer um trabalho em cima das escolas de 1º Grau, onde os jovens são despertados e atraídos pelos traficantes. Sugiro que a Comissão de Combate ao Crack faça visitas a colégios e um trabalho multiplicador”. 

Estefano Menudo (PHS) cobrou da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco mais investimento nos policiais. “Não existe hoje um trabalho energético em cima dos traficantes e a polícia civil não tem mais trabalho de infiltração nas comunidades. Espero que o secretário Wilson Damázio dê condições ao policial”.

Apesar de ter destaco a prisão de traficantes, o vereador Osmar Ricardo (PT) também criticou a demora da atuação do Governo do Estado no problema. “A SDS está dando agora a importância que deveria ter dado antes, porque a droga está atingindo a classe média e não apenas os pobres”.

Em 10.05.2010, às 18h45.