Goretti Queiroz discute política pública sobre a questão da reciclagem no Recife

Na data em que se comemora o Dia do Gari e às vésperas do Dia da Reciclagem, que transcorrerá amanhã, a vereadora Goretti Queiroz (PSC) realizou audiência pública na manhã desta quinta-feira (16), no plenarinho da Câmara Municipal, para discutir a política pública sobre a questão da reciclagem no Recife. “Essa é uma problemática que passou a ganhar importância no Brasil e no mundo. Estamos aproveitando as datas para trazer a discussão para dentro da Casa de José Mariano e questionar o poder público sobre o que está sendo feito para otimizar a reciclagem”, disse.

A vereadora anunciou que apresentará um Projeto de Resolução, que tem efeito interno e de gestão, visando instituir o Câmara Verde. É um projeto que vai dispor sobre iniciativas favoráveis à reciclagem nos gabinetes e salas. “Temos que começar dando o exemplo dentro de casa”, afirmou. Ela também vai elaborar um projeto de lei criando o Dia do Reciclador. “Pretendo assumir essa questão no meu mandato, pois li uma pesquisa cujo resultado diz que 34% da população não tem informações sobre como reciclar e que 98% são favoráveis à reciclagem. Há algo estranho, pois um dado confronta o outro”, comentou.

Além de representantes do poder público, a audiência pública contou com a presença de entidades da sociedade civil. A bióloga Susanne Batista é representante do Instituto Lixo Zero Brasil no Recife, uma organização sem fins lucrativos, que tem o objetivo de disseminar a ideia de que o lixo não existe. “Na verdade, ele é uma criação da gente. O que existe são resíduos e rejeitos. Quando misturamos os dois, resultam em lixo”, disse. Se a população mudar o conceito e a relação que tem com esses resíduos, Susanne garante que facilitará a coleta seletiva e a reciclagem.

De acordo com a bióloga, 90% do que uma pessoa produz pode ser reciclado, compostado e reutilizado. “Só 10% é que poderia ir para os aterros sanitários”, disse. A população, segundo ela, produz cerca de 1.5 kg de resíduos diários por habitante e isso faz com que uma prefeitura gaste uma média de “R$ 32 milhões só com um aterro sanitário”. Se esse cálculo incluir pagamento de garis e a logística, esse valor é ainda maior. “Quando o projeto Lixo Zero é adotado, há uma economia muito grande para os cofres públicos”, concluiu.

A gerente socioambiental da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), Jane Cristina Correia,  informou que o Recife recolhe cerca de 2 mil toneladas de lixo por dia. “Desse total, o que não é reciclado, é encaminhado para o aterro sanitário do CTR Candeias”, disse. A triagem do que é lixo e do que é reciclado, afirmou, é feita em 62 bairros pelo caminhão porta a porta. Mesmo assim, apenas 2% é reciclado nesses bairros. “Esse material seletivo vai direto para a cooperativa de catadores”, afirmou.

A analista ambiental Walkíria Prado, representante da Secretaria de Meio Ambiente, da Prefeitura do Recife, disse que a pasta apenas elabora leis e coordena ações de órgãos operacionais de outras secretarias. “Atualmente, trabalhamos com educação ambiental e model de gestão ambiental”, apresentou.


Em 16.05.2019, às 12h30.