Homenagens e críticas no aniversário da cidade

Festa de aniversário, para a vereadora Aline Mariano (PSDB), é hora de lembrar mestres e poetas, sua gente, mas também fazer a crítica positiva, a fiscalização e a cobrança. Na tribuna do plenária nesta terça-feira, 12, a líder da oposição lembrou dos desafios a ser enfrentados. “Recife é uma das cidades mais belas do mundo, mas também de muitas mazelas e desigualdades. Nos últimos anos tivemos gestões incapazes de manter o desenvolvimento da economia. Perdemos o ritmo do crescimento e a cidade ficou muito aquém do que poderia ter alcançado”.

Aline Mariano resaltou que são mais de 1,5 milhão de pessoas que sofrem diariamente com problemas que deviam ter sido sanados, como mobilidade, congrestionamento, transporte público, a agonia da saúde e da educação. “É preciso resgatar nossa história de liderança regional. O Recife sempre foi conhecido como uma das metrópoles mais desenvolvidas do Nordeste. Isso lhe rendeu a condição de hospedar grandes empresas. Mas, do que vale todo esse potencial e investimentos, se a maior parte da população vive em condições precárias, vítimas de obras públicas mal feitas e inacabadas?. A oposição já provou que esta primeira parte do levantamento sobre a herança maldita deixada pela gestão passada é fundamentada”.

O discurso cheio de afeto e de críticas suscitou uma fila de apartes de vereadores do PT. O primeiro a rebater as críticas da líder da oposição foi o vereador Luiz Eustáquio (PT). Ele lembrou que o Recife está entre as 65 cidades mais ricas de países emergentes e estará em 2020 entre as 100 mais ricas do mundo. Para ele, não há herança maldita do PT, que cuidou das crianças, dos morros, da saúde, da educação. “O que nos tirou da prefeitura foram as nossas disputas internas. A vereadora trouxe 1900 contratos sem licitação e esqueceu de dizer que a lei permite a dispensa de licitação. A oposição fala tanto do ex-prefeito que parece estar com saudade dele”.

Jairo Britto (PT) deu parabéns ao Recife e engrossou o coro para rebater as críticas da oposição. Ele frisou que a sensação é a de que a cidade está na gestão passada. “A colega só fala do PT”. Henrique Leite (PT) acha que este governo é de continuidade, pois faz parte da Frente Popular do Recife. “O PT criou a secrectaria da Mulher, da Juventude, de Direitos Humanos, iniciou a Via Mangue, a paralela da Caxangá e muitas outras obras. Ninguém diz quais os aspectos da licitação que foram dispensados e isso é fundamental”.

Jurandir Liberal (PT) afirmou que vê companheiros da oposição sem coragem de criticar o governo Geraldo Júlio e se detêm no PT. Para ele, a oposição criou uma forma interessante de criticar, que se resume a tão somente fiscalizar. “Não há nenhuma obra errada. O capitão Temudo foi entregue em 3 anos, e se arrastava há 30, sem nada ser feito, a Via Mangue foi iniciada e tantas outras realizações positivas”.

Osmar Ricardo (PT) parabenizou o atual prefeito por ter dado aos servidores a extensão da licença maternidade, que passou de 120 para 180 dias. “As mães precisam ficar perto de seus filhos quando nascem, e seis meses é o mínimo. Esse projeto foi aprovado na gestão de João Paulo". Mas rebateu as críticas feitas às gestões petistas, que segundo ele fez muito pela cidade.

Luiz Eustáquio (PT) lembrou que o PT faz parte da Frente Popular, portanto do governo. Para ele é incomparável tudo o que o PT fez em 12 anos de gestão, contra os mais de 30 de outras legendas. “A oposição joga para a plateia e produz factóides”.

Raul Jungmann (PPS) amenizou o tom dos debates considerando aos pares que há na Casa disposição para a polêmica, mas também para a fraternidade. “É admirável a maturidade dessa Casa que sabe separar o pessoal do profissional e político". E se perguntou se não estaria na hora de se admitir os avanços das gestões para ajudar mais à cidade.

Priscila Krause (DEM) ressaltou que não era à toa que ilustres vereadores almejem que esta nanoopoisição (a bancada tem 4 vereadores) venha a fazer parte da Frente Popular. Para ela, isso faz parte do “stalinismo” petista que tenta desqualificar a oposição. “Denuncio e fiscalizo, porque a população que votou em mim quer que eu faça isso. Faço oposição consciente e positiva, voto no que for bom para a cidade. Não devo satisfação a vereadores, mas aos mais de 13 mil votos que recebi”.

 

Em 12.03.13, às 19h35.

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