Hospital de Aeronáutica de Recife recebe medalha de mérito José Mariano

A solenidade foi presidida pelo vereador Carlos Gueiros (PSB), vice-presidente da Câmara do Recife. A mesa foi composta pelo coronel Marcos Aurélio Bezerra de Andrade, diretor do HARF; o vereador Eduardo Marques; o Brigadeiro do Ar, Walcyr Josué Castilho de Araújo, comandante do 2º Comando Aéreo; e o general de Brigada, Heber Garcia Portella, chefe do Estado Maior do Comando Militar do Nordeste, representando o general Arthur Costa, comandante Militar do Nordeste. “Antes de iniciar esta minha fala, gostaria de agradecer a todos que fazem o Hospital da Aeronáutica do Recife, seus familiares, parentes e amigos presentes a essa solenidade, dizendo-lhes que é com muita honra, orgulho e alegria para todos nós Vereadores da Câmara Municipal do Recife registrar este momento histórico, um reconhecimento que nos engrandece”, afirmou Eduardo Marques.

O vereador destacou a saudação exposta com destaque na entrada do hospital, dizendo que: “Aqui as águias pousam quando feridas”. O Hospital de Aeronáutica de Recife é de grande relevância histórica para o Recife, pois ao longo de mais de sete décadas, tem realizado serviços na área de saúde, em prol dos militares e seus dependentes ligados ao Segundo Comar. O Hospital tem atendido, também, às emergências da população civil, geralmente vítimas de acidentes de trânsito, violência urbana, afogamentos e ataques de tubarão, dentre outros, prestando-lhes, portanto, os primeiros socorros.

O vereador fez um breve histórico do hospital, que foi criado na década de 1940, em consequência da participação brasileira na 2ª Guerra Mundial e do aumento considerável da guarnição na 2ª Zona Aérea.  “A cidade do Recife tinha localização geográfica estratégica, motivo pelo qual foi escolhida para a instalação das bases norte-americanas, e, por consequência, houve também a necessidade de se instalar uma unidade hospitalar de apoio aos militares feridos da guerra”, lembrou. Na época, disse, a Guarnição de Aeronáutica de Recife dependia de assistência médico-hospitalar para seu efetivo do Hospital Geral do Exército e para os seus dependentes da rede hospitalar local.  Em dezembro de 1945, o Serviço de Saúde da Aeronáutica iniciou o recebimento daquelas instalações, culminando  com  sua adequação e inauguração, em 10 de julho de 1946.

“Surgiu, dessa forma, o 200º Hospital Estação, com a finalidade de atender aos militares aliados das forças aéreas do Brasil e dos EUA, em ação de combate aos países inimigos na área do Atlântico Sul”, acrescentou. Após a 2ª Guerra Mundial e a posterior evacuação das forças norte-americanas, as instalações do então Two Hundred Station Hospital foram desapropriadas por ato do Brigadeiro Eduardo Gomes, passando para o domínio da Aeronáutica.          O Hospital teve como primeiro diretor o Major Médico Antônio Melibeu da Silva e como vice-diretor o Capitão Médico Manoel da Nova Castelo Branco, ambos sob a administração da Diretoria de Saúde da Aeronáutica, representada pelo Brigadeiro do Ar Adjalmar Vieira Mascarenhas.

Eduardo Marques também citou alguns fatos históricos que marcaram a atuação do Hospital da Aeronáutica do Recife, no tratamento dos feridos e enfermos em diversos acidentes, como o que ocorreu na madrugada de 1º de novembro de 1961. A cidade do Recife foi palco do maior acidente de aviação até então já registrado. O avião da Panair chocou-se com os Montes Guararapes na cabeceira da pista 15. O HARF, em consequência dessa catástrofe, assistiu os feridos, prestando-lhes os primeiros socorros, destacando-se os trabalhos da equipe do médico de dia, Capitão Murilo de Siqueira Campos.

Em outro fato histórico citado, o Recife foi abalado por uma tragédia ocorrida no Aeroporto dos Guararapes, em 25 de julho de 1966, provocada pela explosão de uma bomba. Nessa ocasião, foram atendidas 75 vítimas no HARF, dentre as quais 2, lamentavelmente, vieram a óbito. Em julho de 1971, o Hospital comemorou seu jubileu de prata, recebendo referências elogiosas da Câmara Municipal do Recife, por meio do Oficio nº 2.390, de 15 de julho de 1971.

Nas décadas de 70/80, o Hospital participou de missões em países da África e das Américas. Nos anos de 90 e início dos anos 2000, contribuiu para várias missões na Amazônia, atuando junto ao HCAMP do Exército Brasileiro. No ano de 2010, o HARF também participou ativamente de ações humanitárias no Haiti. Recentemente, no mês de junho de 2017, mais uma vez junto ao HCAMP, participou ativamente do esforço militar em atendimento às vítimas da nova inundação ocorrida na mesma região da zona da mata sul do nosso estado. “A Força Aérea Brasileira atualmente passa por uma reestruturação, em busca de sua modernização e priorização das atividades-fim. Nesse sentido, o HARF passou a ter a responsabilidade de coordenar as atividades de saúde em toda a região Nordeste, com exceção do estado do Maranhão”, disse o vereador Eduardo Marques.

Após o discurso, o diretor do Hospital de Aeronáutica de Recife, coronel Marcus Aurélio Bezerra de Andrade, recebeu o diploma e a medalha do mérito. Em seguida, ele fez os agradecimentos e disse que a comenda representa grande honra para todos que fazem o HARF. O coronel disse, ainda, que se tratava de um reconhecimento importante receber a medalha que levava o nome do abolicionista José Mariano, que é patrono da Câmara Municipal. Ele resgatou fatos biográficos e históricos e disse que Mariano foi “um grande recifense que dedicou sua vida a lutar pela liberdade”. A solenidade foi encerrada com o Hino da Cidade do Recife.

Em 26.10.2017 às 11h42