Isabella de Roldão debate situação do Entra a Pulso

Empenhada em construir um plano urbanístico para a comunidade Entra a Pulso, em Boa Viagem, a vereadora Isabella de Roldão (PDT) realizou audiência pública nesta terça-feira, 28, no plenarinho da Câmara Municipal do Recife. Ela justificou que a comunidade, além de sofrer com o mau cheiro constante da fossa que corre a céu aberto, em época de chuva, têm que enfrentar os alagamentos e água infecta entrando em casa, conviver com ratos, pernilongos, mosquito da dengue e escorpiões dentro dos seus lares. As ruas não têm pavimentação, saneamento, abastecimento de água e drenagem. Foi a terceira audiência pública, desde setembro do ano passado, que a vereadora realiza para debater os problemas da comunidade.

O plenarinho ficou lotado. Isabella de roldão lembrou que no dia 27 de novembro de 2013 realizou uma reunião na comunidade, quando os moradores elaboraram e aprovaram um projeto de requalificação do Entra a Pulso. Uma minuta foi levada por um técnico da Prefeitura do Recife para a Secretaria de Mobilidade. “Em março de 2014, realizamos uma reunião com o secretário João Braga e ficamos surpresos ao constatar em que ele desconhecia esse projeto. Além disso, outros órgãos da gestão desconheciam o que cada um estava fazendo para a comunidade. Ou seja, ninguém se entendia na Prefeitura do Recife” disse a vereadora Isabella de Roldão. Desde então, acrescentou, já realizou três audiências públicas para dar continuidade à luta dos moradores. “Enquanto eu tiver mandato, serei intermediária dos interesses da comunidade”, afirmou.

Isabella de Roldão lamentou que os titulares das secretarias municipais do Recife, convocados para a audiência pública, não tenham participado. “As audiências são aprovadas em plenário e portanto é uma convocação da Casa. A ausência dos secretários é um descaso para com o Legislativo municipal”, disse. Fizeram parte da mesa o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Luiz Dela Mora; o diretor Executivo de drenagem da Emlurb, Jafé Felipe Ferreira Filho; a secretária Executiva de Regularização Fundiária da Secretaria de Habitação da Prefeitura do Recife, Renata Lucena; a representante da URB, Gleise Zanon; os representantes da Comul, Roberta Cavalcanti e Edvaldo Dias; o coordenador geral do Prezeis, Edvaldo Santos Pereira; e a técnica do Instituto Shopping Recife, Lígia Leite.

O professor Luiz Dela Mora fez um breve histórico da comunidade, desde a década de 1970, quando ainda era conhecida como Mata Sete.  Ganhou o nome de Entra a Pulso a partir da década de 1980, com o funcionamento do Shopping Recife.  “Agora a comunidade reivindica um plano urbanístico, para garantir qualidade de vida. É quando será definido qual o bairro que se quer. O plano não é uma dádiva, mas uma conquista do povo. A comunidade não estará pedindo favor nenhum ao secretário”, disse.  Ele lembrou que Entra a Pulso é uma comunidade que se consolidou através de negociações. “Por isso, com diálogo, articulação e união é que se pode consolidar uma cidade para todos”, disse.

O coordenador geral do Prezeis, Edvaldo Santos Pereira, ressaltou que os moradores de Entra a Pulso precisam estar atentos porque a área, ao lado do Shopping Recife, é muito valorizada. “É um privilégio morar naquela área do Recife”, disse. E convocou todos a continuar unidos, lutando pela Zeis. A representante da Comul, Renata Cavalcanti, acrescentou que a comunidade não está incluída no mapa do Recife. “Estamos aqui para pedir a inclusão. Por isso, estamos pedindo para fazer parte do plano que contempla saneamento e habitação, além de estarmos engajados na ampliação das áreas de Zeis”, disse.

A secretária Executiva de Habitação, Renata Lucena, disse que não existe um plano habitacional para Entra a Pulso. “O plano de urbanização deve preceder o habitacional. É ele quem vai definir como serão as ruas, quais os equipamentos que deve ter, por onde deve passar o saneamento. Não podemos construir sem isso”, disse.  Ela também ressaltou que era necessário regularizar a posse da terra e se colocou à disposição para ouvir sugestões e alternativas. “Além disso, é preciso que se discuta não só a habitação, mas as condições de habitabilidade”, acrescentou.

A  representante da URB, Gleise Zanon, disse que os técnicos do Projeto Sanear já realizaram o cadastramento da comunidade e que a partir dessa iniciativa é que será possível desenvolver soluções. “A cota de maré, da área, é muito baixa. Vamos ver quais as sugestões que o projeto nos apresenta para cada área da comunidade. Precisaremos da aprovação da Emlurb e definiremos as demandas reais, que constarão de um projeto”, disse. O diretor da Emlurb, Jafé Felipe Ferreira Filho, disse que está em elaboração o Plano Diretor de drenagem do Recife, que vai mapear todas as áreas críticas da cidade que necessitam de melhoria em canais, canaletas e galerias. “A parte da macrodrenagem, que são os canais já está concluída; estamos elaborando a de microdrenagem, que são as canaletas e galerias”, que é onde se inclui a comunidade de Entra a Pulso. Enquanto a ação de longo prazo não termina, ele disse que outras, de curto prazo, são realizadas, a exemplo da limpeza das galerias da Rua Bruno Velozo, há 15 dias. “Foram retiradas 15 toneladas de resíduos das canaletas”, afirmou.

Em 28.04.2015, às 14h08