Isabella de Roldão faz homenagem às mulheres
A solenidade, que teve como mestre de cerimônia a chefe do Departamento de Comunicação Social, jornalista Éden Pereira, começou às 10h e foi presidida pelo vereador Eduardo Marques (PTB). Fizeram parte da mesa a presidente do Tacaruna Mulher, Sílvia Vasconcelos; a secretária da Mulher do Recife, Elizabete Godinho e a mãe da vereadora, dona Dalva Menezes. “Estamos mais uma vez aqui reunidas para celebrar o mês dedicado às mulheres e fortalecer a luta pelo nosso respeito e pela nossa liberdade. Para mim, é muito gratificante, enquanto vereadora e enquanto mulher poder abrir as portas desta casa e trazer estas mulheres e suas histórias de luta e resistência para serem contempladas e prestigiadas”, disse Isabella.
A solenidade fez parte das ações desenvolvidas pela vereadora durante todo o mês de março. A primeira foi na terça-feira, dia 10, quando realizou audiência pública, para discutir o tema: “Enfrentamento à Violência Contra Mulher, com ênfase para o Caso “Karinny Oliveira”. A vereadora pretende ir às ruas para distribuir Marcadores de Livros e promover uma roda de discussão em local público a ser escolhido. “Indo na contramão de atitudes machistas e desrespeitosas, não há cenário mais propício para redirecionarmos os holofotes, reforçarmos a nossa luta e reafirmarmos nossa campanha: ‘Mulher, você pode ser o que quiser”, disse. Ela acrescentou que a sua luta diária é empoderar a mulher e fazê-la compreender que seu lugar no mundo é fruto do que ela escolher para sua vida. “Seu querer é soberano, seus sonhos são caminhos possíveis e suas metas foram traçadas para serem alcançadas”, acrescentou.
As homenageadas, que receberam um diploma, foram Maria dos Prazeres, marisqueira da Comunidade do Pilar; Shirley Souza, mestra de Capoeira; professora Rosilda Silva Moura, do Serviço Voluntário na Comunidade de Entra A Pulso; Leila Katz, médica Obstetra do IMIP-Humanização de Parto; Maria Lourdes Silva, educadora e coordenadora do Centro Vida Nova; Fátima Pontes, mestra em Educação pela UFPE e coordenadora Executiva da Escola Pernambucana de Circo; Amélia Maria de Oliveira, professora da UFPE e doutora pela Universitate Politécnica de Catalunya; Giselle Feitosa, diretora do Grupo Artístico Percussivo Conxitas; Eleonora Pereira, coordenadora Nacional do Mãe Pela Igualdade e Fundadora e presidente do Instituto José Ricardo; a educadora infantojuvenil Maria Tenório, de Brasília Teimosa; a chef yabassé Dona Carmem Virgínia; e Lina Rosa, diretora de Comunicação da Aliança Comunicação e Cultura e criadora da campanha do Cais do Parto.
No momento em que recebia o diploma, cada uma dessas mulheres tinha sua história relatada num breve perfil, lido pela jornalista Éden Pereira. Os relatos eram verdadeiros exemplo de vida e de luta, base de reflexão para os presentes. “Hoje, infelizmente, ainda convivemos com discriminações, violências, preconceitos e diferenças promovidas por uma sociedade veladamente machista. Embora muitas tenham sidas as vitórias, não podemos fechar os olhos para uma realidade que ainda teima em nos assolar. Precisamos nos manter alertas e firmes no nosso propósito de valorização da mulher em todos os âmbitos e espaços. Apenas desta forma, incansavelmente combativa, é que elevaremos a autoestima das mulheres e as convenceremos do seu importante papel e do seu real espaço na sociedade”, disse a vereadora. Ela também agradeceu às mulheres que fazem parte do seu gabinete e que organizaram a solenidade. Estiveram presentes o ex-deputado e presidente da Agência de Regulação de Pernambuco ,Roldão Joaquim, pai da vereadora e o vereador Jurandir Liberal (PT).
Após a entrega dos diplomas, as mulheres ocuparam a tribuna da Câmara Municipal do Recife. A educadora Rosilda Moura falou de sua luta na comunidade Entra a Pulso. “Nesses 45 anos de caminhada, comecei fazendo um trabalho de alfabetização de crianças e adultos e participando da organização da comunidade. Após a inauguração da creche, há 24 anos atrás, optei por um trabalho mais sistemático na própria creche, o que faço até hoje, marcando presença diariamente”, disse. Ela fez um agradecimento especial ao marido, Zezé, “que sempre me deixou livre para fazer o meu trabalho”. E concluiu citando uma frase de dom Helder Câmara, que dizia: “O segredo de ser jovem é ter uma causa a defender”.
A yabassé Dona Carmem Virgínia convidou os presentes a visitarem o seu restaurante Altar, em Santo Amaro. “Se alguém for e gostar do meu povo é porque tem algum ancestral por lá”, disse, criticando a intolerância religiosa. A secretária da Mulher do Recife, Elizabete Godinho, afirmou que “o campo de luta da mulher não é somente contra a violência, mas está em todos os setores da vida social”, Por isso, reconheceu a importância da reunião solene, que homenageou mulheres de diversos setores. “Os homens precisam nos apoiar na luta em favor da igualdade de gênero. Enquanto houver discriminação contra a mulher por causa do gênero, haverá desigualdade social”, afirmou.
A presidente do Instituto José Ricardo pelo bem à Diversidade, Eleonora Pereira, ressaltou a dor de ter um filho morto porque era gay. José Ricardo foi sequestrado e morto, em Jardim São Paulo, em 2010. E ela se tornou uma militante da causa da diversidade. “Essa homenagem que hoje recebo é para todas as mães que perderam seu filho para a homofobia. Não entendo como existem parlamentares que fazem discurso de ódio contra os homossexuais, pois eles são pagos com nossos impostos”, disse. A educadora infantojuvenil Maria Tenório emocionou-se no momento que subiu a tribuna para fazer os agradecimentos. Contou sobre o trabalho que realiza em Brasilia Teimosa, disse que compartilhava sua homenagem com todas as educadoras voluntárias da comunidade e finalizou citando uma frase africana que, segundo afirmou, é o seu lema: “Para educar uma criança é preciso uma comunidade inteira”.
Em 18.03.15, às 13h30.