Isabella de Roldão propõe criar escola bilíngue para surdos
De acordo com o projeto de lei, todas as disciplinas curriculares, em todos os níveis da educação básica, devem ser ministradas nas duas línguas. O objetivo da escola bilíngue de surdos, disse a vereadora, não é a exclusão das pessoas portadoras de deficiência auditiva, mas sim, estabalecer “uma sistemática de aula voltada para as necessidades de um público específico”. Não se trata de uma “escola especial”, pois o currículo deverá ser o mesmo da escola regular, adicionando-se a disciplina de libras como primeira língua, e transformando a disciplina de língua portuguesa em segunda língua. “A escola bilíngue vai preparar o aluno surdo para ser cidadão consciente e crítico vivendo na sociedade de forma inclusiva”, observou Isabella.
São diversas as diretrizes da escola. Entre elas estão oferecer o ensino que atenda, prioritariamente, aos alunos surdos, deficientes auditivos e filhos de pais surdos; incluir, no quadro de profissionais administrativos e pedagógicos, professores ou instrutores de Libras, prioritariamente surdos; professores bilíngues de Libras e português que atuem em cada área específica do conhecimento; tradutores e intérpretes de Libras e português; além de preparar o aluno para o exercício da cidadania, de forma consciente e linguisticamente competente.
Os benefícios da escola de educação bilíngue para surdos no Recife são numerosos. Segundo o projeto de lei, a implantação vai permitir inicialmente o desenvolvimento das políticas públicas educacionais voltadas para essa parcela da população. Ela vai levar não só à implantação do projeto-piloto como também à definição do quantitativo e do perfil dos profissionais surdos e dos profissionais bilíngues que atuarão em cada área específica da instituição. Outros benefícios são a elaboração do Projeto Político Pedagógico; garantir ase condições que assegurem a continuidade de estudos dos surdos nas demais etapas e modalidades de ensino; a produção de material didático e paradidático; a aplicação de uma metodologia de ensino, entre outros.
A vereadora Isabella de Roldão argumentou que a forma como vem sendo conduzida a educação dentro das escolas mistas, com alunos ouvintes e surdos, “em muito vem prejudicando a ambos, pois o professor fica na função de ensinar públicos de necessidades diferentes num mesmo espaço e tempo”. Dentro da sala de aula, segundo ela, percebe-se “que o profissional da educação está falando numa velocidade e tendo que traduzir esse conhecimento passado pela linguagem oral para a linguagem gestual, não conseguindo no mesmo ritmo, o que em muito tem prejudicado as crianças surdas que não acompanham a celeridade com as quais às informações são repassadas”.
Em 19.03.2013, às 11h.