Ivan Moraes defende liberdade nos cultos de matriz africana

O vereador Ivan Moraes (PSOL) comentou, durante a reunião plenária ocorrida na manhã desta quarta-feira (8), sobre uma manifestação formada por adeptos de religiões de matriz africana em frente ao Ministério Público de Pernambuco. Na ocasião, os manifestantes alertaram sobre um projeto de lei da deputada gaúcha Regina Becker (PDT) propondo a alteração do Código de Proteção aos Animais sancionado em 2003, revogando o parágrafo que prevê o pleno exercício das liberdades religiosas ao autorizar a sacralização de animais durante cultos e liturgias dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana.

De acordo com Ivan Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá analisar e julgar, nesta quinta-feira (9), o recurso extraordinário proposto pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul contra a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que valida a derrubada do artigo a partir do projeto 12.131.

“É importante dizer que estes retrocessos e ofensivas contra toda complexidade de uma matriz cultural que não se reduz ao caráter religioso, criam precedentes para que o racismo institucional e o racismo religioso se perpetuem enquanto mecanismos que fazem parte de uma sociedade racista que agride e ataca o modo de vida organizado e reorganizado pelas nossas ancestrais africanas e indígenas desde a formação do país. O ato de partir e repartir o alimento é para que seja feita a comunhão entre aquelas pessoas que participam da cerimônia”, analisou Ivan Moraes.

O parlamentar também informou que o Ministério da Cultura está ocupado pela Frente Liberta Matriz Africana (FLAMA) com o apoio da CONAFER e UNC tendo como objetivo falar com o ministro Sergio Sá Leitão para cobrar diversas pautas da cultura dos povos tradicionais do Brasil. Ao finalizar suas palavras, o vereador Ivan Moraes leu uma carta expedida pelos que ocupam o Ministério.   O documento ressalta, entre vários pontos, a questão da devolutiva dos diálogos e recursos com a política do cultura Viva nos estados; formação do Colegiado Nacional de Povos de Matrizes Africanas e de Terreiros; implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos de Matrizes Africanas e de Terreiros, entre outros. “É preciso proteger e defender o viés da liberdade religiosa e, também o cultural”.

Em 08.08.2018 às 11h56.