Ivan Moraes cobra mais ousadia da Prefeitura no caso do óleo

Embora a reunião promovida pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara do Recife, presidida pelo vereador João da Costa (PT), com o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, José Neves, tenha sido satisfatória nas explicações dadas sobre medidas que estão sendo tomadas para conter uma possível chegada do óleo que atinge as praias nordestinas, o vereador Ivan Moraes (PSOL) cobrou mais ousadia nas ações. Segundo ele disse na tarde dessa terça-feira (22), na Casa, "a Prefeitura não precisa esperar para enfrentar essa tragédia sem precedentes em nossa história recente".

Ivan Moraes ressaltou que o secretário José Neves informou que há 600 pessoas preparadas para serem deslocadas, há escavadeiras, drones para sobrevoos, caminhões prontos. Apesar disso, o vereador acha que é preciso evitar o conservadorismo e ousar nas ações. Disse ainda que o Governo Federal precisa colocar em andamento o plano de contingenciamento de grandes catástrofes existente desde 2013, e para ser posto em ação é preciso que a Marinha, gabinete de crise, satélites em tempo real sejam acionados e só o Governo Federal pode fazer isso. O vereador lembrou que a Câmara pode aprovar suplementação de verba em até 15% do orçamento previsto para casos como estes.

Renato Antunes (PSC) concorda com o colega, lembrando que já se passaram 60 dias desde a chegada do óleo, e não dá para ficar esperando. Disse que Jaboatão dos Guararapes já tomou providências, mas o Recife ainda espera e conta com voluntários e doações, quando já devia ter feito a suplementação de verbas. “Falta planejamento para ir buscar o que precisa ser feito. Não acho satisfatória a fala do secretário de Meio Ambiente ao afirmar que não recursos, pois é possível fazer a suplementação”.

Goretti Queiroz (PSC) relatou a preocupação com equipamentos de segurança para voluntários, para evitar contaminação. Ela observou que o comércio já está aumentando o preço desses equipamentos, sem demonstrar solidariedade, enquanto outros ajudam com ônibus e doações. Eriberto Rafael (PTC) disse que a preocupação do secretário foi fechar entradas dos rios e por isso já fez convênio com governo do Estado. Segundo ele, a PCR está fazendo o que lhe cabe, pois formou um gabinete de crise e não está usando recursos, porque não foi necessário ainda. “Há parâmetros legais a serem seguidos. O ministro do Meio Ambiente veio de avião da FAB passou 12 minutos, deu entrevista, e foi embora e não sabemos quanto gastou para fazer isso”.

João da Costa (PT) relatou que há esforço dessa Casa para evitar o pior, mas há responsabilidade da União, lembrando que existem leis específicas para tratar de vazamentos de óleo, mas de acordo com as leis a responsabilidade é federal porque tem mais recursos. “Já acharam o DNA do óleo, mas ninguém sabe quem é o pai nem a mãe e é preciso saber, antes de culpar a Venezuela por tudo o que acontece na América do Sul”. Rodrigo Coutinho (SD) disse que óleo já chegou no Paiva e pode chegar em outras praias. “Pode não atingir as areias, mas os corais serão atingidos. O monitoramento mar adentro não pode ser feito pela PCR, e só pela União. Acho que está havendo politização”.


Em 22.10.2019 às 17h49.