Ivan Moraes comenta crise no governo federal
Ivan Moraes argumentou na tarde desta segunda-feira (18), na Câmara do Recife, que as pessoas que se sentirem enganadas deveriam estar preparadas para isso, pois Bebianno foi quem mais lutou pela eleição de Bolsonaro. “Ele ocupou a presidência do PSL sem ser do partido, foi uma presidência interina, tratando-se de um contrato de aluguel, apenas para comandar a campanha dele”.
O vereador destacou ainda que o Coletivo Negritude, que faz parte do mandato dele, replicou vídeos mostrando o segurança do supermercado Extra matando por asfixia um rapaz deficiente mental e com problemas de drogas na frente da mãe dele. “Se fosse um jovem branco não teria morrido. Não relatos de mortes de brancos mortos dessa forma truculenta. Ele foi morto por ser negro”.
Ivan Moraes relatou que houve protestos pacíficos nas lojas do Extra aqui em Recife aonde pessoas andaram com cartazes com dizeres “Extra, extra, a carne mais barata do mercado é a carne negra”. O parlamentar argumentou que "nós pessoas brancas, homem branco como eu, precisamos reconhecer a existência do racismo dentro de nós mesmos. Estou propondo a criação de uma Semana de Cultura Afro no Recife para alertar e criar oportunidades de falar no assunto”. O parlamentar acha que o racismo anda de mãos dadas com o machismo e com a LGBTfobia.
Michele Collins (PP) parabenizou o colega, mas disse que não concorda com todo o pronunciamento dele, vez que não poderia afirmar que há inúmeros crimes dessa ordem, ou seja, negros. Para ela, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife, o vigilante não matou porque era negro, não havendo como afirmar isso. “O vigilante jamais deveria ter agido daquela forma”.
João da Costa reforçou a preocupação de que a Casa tem que se debruçar sobre esse assunto. Lembrou que o presidente da República foi eleito fazendo o gesto de uma arma com as mãos. “Eles vão encaminhar ao Congresso uma lei punitiva e violenta que permite policiais fazerem justiça com as próprias mãos. Somos contra isso porque o crime contra negros tem prevalência”.
Em 18.02.2019 às 17h16.