Ivan Moraes comenta mudanças eleitorais e critica distritão

O debate sobre as mudanças nas regras eleitorais brasileiras foi tema de um discurso do vereador Ivan Moraes (PSOL) proferido nesta terça-feira (22). Discutida no Congresso Nacional, a proposta que prevê a utilização, para as eleições parlamentares, do chamado distritão – modelo eleitoral que não leva em conta os votos para os partidos e coligações, apenas a escolha da maioria – foi criticada por ele.

Atualmente, o Brasil adota o sistema proporcional com lista aberta, que se utiliza do quociente eleitoral para definir o número de vagas a que os partidos e coligações têm direito nas casas legislativas. De acordo com Ivan Moraes, a mudança para o distritão pode favorecer os políticos que já estão no poder.

“Quem tem mandato será eleito. Não porque o povo vai querer, mas porque serão as únicas candidaturas a que a população vai ser apresentada. Ao invés de termos centenas de candidatos e candidatas, teremos algumas dezenas que representam os mesmos grupos políticos que estão em Brasília com a intenção de manter a regra desse jeito. Para que eles, que estão em sua maioria sendo investigados por crime de corrupção, continuem sentados e sentadas nas mesmas cadeiras”, disse o vereador.

Ivan Moraes afirmou também que, ainda que atualmente a reputação dos partidos esteja enfraquecida, é por eles que passa a via eleitoral democrática e republicana. O parlamentar ainda defendeu o fim do financiamento privado das campanhas e a formação de uma assembleia constituinte exclusiva para a reforma política.

“O passo para a democratização da nossa política é a democratização dos nossos partidos. Isso precisa vir por meio de uma reforma política real e decente, que retire o componente financeiro da disputa eleitoral. Ela deve vir por meio daquela reforma política que foi demandada por mais de sete milhões de pessoas que participaram do plebiscito que pedia uma constituinte exclusiva para esse fim. Assim, aquelas pessoas que fazer a regra do jogo não teriam a prerrogativa de disputar uma partida que certamente não será justa”, afirmou.

Em 22.08.2017, às 17h12