Ivan Moraes condena acirramento nas eleições

O Nordeste é resistência na luta pela democracia e isso ficou claro no resultados das urnas, segundo o vereador Ivan Moraes (PSOL). Ele destacou que o pleito foi acirrado e marcado por estratégias nem sempre republicanas. Muitos foram votar com um livro na mão para simbolizar o desejo de menos violência e mais educação. “As pessoas perceberam a necessidade de ir às ruas olhar no olho do outro no vira voto e assim muitos votos foram, virados. Recife virou e Pernambuco já nasceu virado”.

Ivan Moraes afirmou na Câmara do Recife, nesta segunda-feira  (29), que a campanha de Fernando Haddad foi vitoriosa em 98 municípios mais pobres, enquanto Jair Bolsonaro em 97 dos mais ricos, e isso, segundo ele, diz muito. Lembrou que os votos de Haddad não foram apenas do PT, mas de pessoas de muitos outros partidos. “Quem votou no outro candidato fez à luz de informações falsas. Muitos não foram votar por estar com raiva, paixão cega, sem contar que houve lideranças políticas que se esconderam. Cerca de 40% dos eleitores não foram às urnas, disseram "não" a esse sistema viciado, baseado em acordos escusos. O resultado também trouxe medo  à comunidade negra, à LGBT entre outras. O discurso disseminou o medo”.

O vereador enfatizou que não devemos aceitar a violência contra LGBT e outros grupos, como aconteceu em Recife, onde alguns levaram pedradas. Para ele é tarefa do Legislativo é combater essas coisas e fazer com que o presidente eleito obedeça à Constituição. “Não vamos descansar. Amanhã seremos mais fortes, ninguém larga a mão de ninguém”.

Marco Aurélio (PRTB) disse que o colega falou de acordos escusos do PSL e esqueceu dos acordos escusos realizados pelo PT, como o  que tirou a vereadora Marília Arraes (PT) da disputa ao governo do Estado. Disse que na manifestação popular para o presidente eleito na avenida Boa Viagem havia bandeiras do Arco Iris, símbolo LGBT e ninguém foi agredido. Segundo ele esse discurso é mentiroso. “Quando Marielle Franco foi morta subi nesta tribuna para denunciar e cobrar, mas quando o então candidato, Jair Bolsonaro,  sofreu atentado o colega não subiu. Esse discurso de ódio não cabe. Vamos amar a todas as pessoas para termos um Brasil  forte”.

Jayme Asfora (PROS) parabenizou o colega Ivan Moraes pelo discurso lúcido e corajoso e parabenizou também o presidente eleito, que ganhou o posto pelo voto. Mas lembrou que boa parte  dos brasileiros não votaram nele. “Gostei de ouvir que ele será escravo da Constituição. Vamos ficar vigilantes em especial acerca das pessoas que estão sofrendo violência. Estarei vigilante junto a todos que se derem as mãos”.

Em 29.10.2018 às 18h40.