Ivan Moraes critica não acionamento de plano de contingência contra vazamento de óleo

“Temos um Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo desde 2013. Esse plano não poderia ser mais específico, existe para ser acionado em casos como esse. E ele não foi acionado”. Com essas palavras, o vereador Ivan Moraes (PSOL) deixou na tribuna da Câmara do Recife, nesta segunda-feira (21), sua posição a respeito da contaminação por óleo que tem ameaçado o litoral nordestino nas últimas semanas. Segundo o parlamentar, diante da falta de ação do Governo Federal para lidar com o problema, cabe aos governos locais assumir as rédeas da contenção do desastre.

Para Ivan Moraes, a atitude dos cidadãos voluntários que têm se esforçado para reverter a situação é louvável, mas não pode ser romantizada. “Não podemos glamourizar, achar muito bonito que a população esteja sozinha nesse empreendimento. Palmas para que está tomando atitude, porque ela é necessária. Mas não é tarefa da população, é do poder público”, afirmou. “A gente entende que é responsabilidade do Governo Federal acionar [o plano de contingência]. Mas hoje não temos um Governo Federal. Temos um governo capitaneado por um psicopata que se recusa a olhar para o Nordeste. Nessa conjuntura, é fundamental que os entes federados, os Estados e os municípios, resolvam o problema.”

Em um aparte, o vereador André Régis (PSDB) cobrou uma maior presença do prefeito Geraldo Julio na mobilização contra as manchas de óleo. “Onde está o prefeito? Temos uma pequena costa no Recife, mas que é formada basicamente por corais. Temos os arrecifes que deram nome à cidade. O impacto ambiental será devastador. A cidade é governada pelo prefeito e ele deveria estar alertando e instruindo a população.”

De acordo com o vereador João da Costa (PT), a natureza do problema exige uma articulação maior que o município. Ele lembrou que, na próxima terça-feira (22), a Câmara recebe o Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Neves Filho, para tratar do tema. “São nove estados no Nordeste, é um problema que atinge dois mil quilômetros. Deveria ter um comitê federativo. Como amanhã receberemos o secretário, vamos ouvi-lo e fazer uma avaliação das iniciativas que a Prefeitura está tomando.”

O vereador Renato Antunes (PSC) argumentou que o momento pede o envolvimento das esferas federal, estadual e municipal na busca por soluções. “O que se vê, hoje, são ringues sobre a responsabilização. O fato é que o óleo foi derramado e deve haver a participação dos três entes. Devemos parar de nos digladiar. Grande parte do litoral nordestino, que tem um potencial turístico enorme, está invadido pelo óleo. Essa responsabilidade é de todos.”

Em 21.10.2019, às 18h54