Ivan Moraes defende o direito à expressão política

Às vésperas da greve geral que está sendo articulada pelas centrais sindicais para o dia 14, contra a reforma da Previdência, os cortes da educação e por mais empregos, o vereador Ivan Moraes (PSol) reforçou a tese de que a população precisa se expressar livremente e demonstrar a insatisfação diante do governo de Jair Bolsonaro. “É preciso respeitar as pessoas que optarem fazer greve porque não se pode negar a ninguém o direito de se posicionar. É através da paralisação e da manifestação pública que elas estarão dizendo que são contra os projetos do governo”, disse, na reunião ordinária desta quarta-feira (12).

O vereador, que anunciou em plenário a participação nas manifestações públicas de sexta-feira, ressaltou que também é importante se utilizar o plenário da Câmara Municipal do Recife, para debater os temas de natureza nacional. “Trago esses temas porque eles são a pauta do dia em todo o País. Sei que eles são assuntos nacionais, a serem decididos em Brasília, mas que impactam a vida de todos os cidadãos. Participamos de um partido e temos opinião própria. Por isso, é natural ocupar o espaço dessa tribuna para falar sobre eles”, afirmou. Para Ivan Moraes, a intenção de se debater as questões do desemprego, o posicionamento do presidente sobre a tortura e os preconceitos, é dar ressonância a esses temas e também “produzir consensos ou ouvir as divergências”.

Ivan Moraes lembrou, ainda, que a discussão no âmbito da Câmara Municipal do Recife, sobre a Reforma da Previdência, não é exclusiva deste ano. Em 2017, segundo ele, um grupo de vereadores constituiu a Frente Parlamentar, por força do Projeto de Resolução 16/2017, com o objetivo de ser um espaço de debate para acompanhamento e elaboração de proposições e de políticas públicas destinadas à defesa da previdência social e à política previdenciária. Era uma frente com caráter suprapartidário. “Na época, era uma reforma proposta pelo governo de Michel Temer, cujas propostas eram negativas para a previdência, porém mais amenas do que as do atual governo de Jair Bolsonaro”, afirmou.

O vereador disse, ainda, que os temas políticos devem ser discutidos em qualquer lugar, desde que sejam do interesse do cidadão. “Podem ser debatidos, inclusive, próximo ou dentro das universidades. Não existe um lugar específico para se falar sobre isso”, observou, em resposta a outros parlamentares que entendem que escola não é lugar para se falar em política. “Devemos, sim, falar de política, dentro de um ambiente republicano, de respeito e do direito. O que é ruim é a falta de diálogo, a intransigência, o fundamentalismo”, observou.

Em aparte, o vereador Jayme Asfora, atualmente sem partido,  concordou com Ivan Moraes de que a universidade deve ser uma espaço aberto para discussões de ideias. “Inclusive, deve ser um espaço para debates francos, abertos e reais sobre a política”, reforçou. Para ele, o direito de expressão é “incômodo a todas as pessoas que seguem e defendem o governo do presidente Jair Bolsonaro. Quem defende esse governo, não permite que se faça a defesa da educação”. Jayme Asfora fez uma pergunta, que ficou sem resposta: “Qual é a diretriz do atual governo para a educação? Esse governo é apenas ideológico e patrulhador”.


Em 12.06.2019, às 17h25.