Ivan Moraes defende requerimento por redução de velocidade no trânsito

Durante a reunião plenária desta quarta-feira (6), a Câmara do Recife debateu e aprovou o requerimento nº 10.942/2017, de autoria do vereador Ivan Moraes (PSOL). O texto, que solicita à Prefeitura a redução da velocidade máxima do trânsito de 60 km/h para 50 km/h na cidade, foi discutido pelo seu autor na tribuna da Casa. O parlamentar lançou mão de dados e de exemplos de cidades que adotaram a redução para defender o pedido. No Recife, segundo ele, houve 1.771 acidentes com vítimas em 2016.

Em seu discurso, Ivan Moraes lembrou o acidente que vitimou três pessoas no bairro da Tamarineira no dia 26 de novembro. Ele afirmou, ainda, que seu requerimento está aliado a uma carta de combate à violência no trânsito entregue por diversas organizações ao prefeito Geraldo Julio no dia 28 de novembro, durante a Reunião Geral do Fórum Nacional de Prefeitos realizada no Recife.

Segundo o parlamentar, entretanto, o pedido por limitação não é apenas dos ativistas. “É uma recomendação da Organização das Nações Unidas. Foi uma decisão de 2011, da Assembleia Geral da entidade, que lançou a ‘Década de Ação pela Segurança no Trânsito.’ Nas cidades, eles sugerem que a velocidade máxima seja de 50 km/h e, nas vias mais movimentadas, de 30 km/h. Em Nova York, o limite passou para 40 km/h, e em Londres, para 32 km/h. Em ambas houve diminuição no número de mortes. Quando São Paulo reduziu para 50 km/h, o número de acidentes foi reduzido drasticamente. Já Santiago aumentou de 50 km/h para 60 km/h e houve aumento de acidentes.”

Em um aparte, o vereador Jayme Asfora (PMDB) deu apoio à proposição do colega. Ele também lembrou o caso do acidente ocorrido na Tamarineira. “O carro que transportava o meu amigo Miguel era um carro grande e blindado. Mas estudos mostram que uma velocidade de 100 km/h derruba qualquer coisa. A redução não importa em demora no tempo, porque Recife é uma cidade pequena geograficamente.”

A vereadora Marília Arraes (PT) disse apoiar a iniciativa de Ivan Moraes. Ela também teceu críticas à gestão municipal por sua política em relação ao transporte cicloviário. “Quando começou a gestão do PSB, os movimentos ficaram surpresos e esperançosos por uma inversão de prioridades que levasse em conta outras modalidades além dos carros. Mas não houve. O transporte ciclístico não pode se resumir a propaganda e ciclofaixas de lazer. Já tivemos algumas discussões em relação ao plano diretor cicloviário e à atualização de algumas regras. Conte com nosso engajamento nessa causa.”

Para o vereador Rodrigo Coutinho (SD), é preciso dar alternativas de deslocamento aos cidadãos. “Esta é uma matéria de extrema relevância para o Recife. A gente já vive um trânsito muito perigoso, mas também vivemos um trânsito com muitos automóveis. É preciso haver estudos mais técnicos para viabilizar uma forma que funcione. Em Londres, os cidadãos podem usar um transporte público de qualidade. Eles têm alternativas.”

O vereador André Régis (PSDB) afirmou que o requerimento levanta um assunto que deve ser analisado. “A Prefeitura deve se debruçar sobre ele com a maior atenção e exercer o seu papel. A proteção de todos nós, como pedestres ou nos carros, é o objetivo maior. O requerimento conta com meu apoio no sentido de fomentar um debate, mas quero trazer outra dimensão. Estamos vivendo uma era onde não há lei na nossa cidade. Não existem placas de mão e contramão em Boa Viagem. A qualquer momento do dia, não há sentido no trânsito.”

Em 05.12.2017, às 17h