Ivan Moraes denuncia agressões contra Dália Celeste no campus da UFPE

Para prestar solidariedade e, ao mesmo tempo, denunciar o caso de transfobia ocorrido no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o vereador Ivan Moraes (PSOL) disse na tarde desta segunda-feira, 26, na tribuna da Câmara Municipal do Recife, que as agressões sofridas na semana passada por Dália Celeste Hortense da Costa precisam ser repudiadas pela sociedade. “Nossa cidade é campeã em casos de transfobia no Brasil. No ano passado, foram 169 casos de agressões. Esse número é alto, mesmo assim está subnotificado, pois os registros de violência às pessoas LGBT são feitos, muitas vezes, como se as vítimas fossem pessoas cis (pessoa que se reconhece com o gênero que nasceu). É importante que a gente leve adiante esse debate”, disse o vereador.

Ivan Moraes entende que as agressões às pessoas de orientação LGBT são graves e reverter essa situação é uma prerrogativa da cidadania. “O respeito às pessoas trans, inclusive, deveria fazer parte da educação cidadã nas escolas. É um debate que hoje precisa ser travado nas escolas de ensino fundamental e médio para evitar os casos futuros de agressão”, defendeu. O vereador contou que as agressões a Dália Celeste ocorreram sábado, no final das aulas de encerramento do pré-vestibular solidário da UFPE. “Ela participava desse evento que ajuda as pessoas que sofrem discriminações e preconceitos, como as de orientação LGBT, negros e da periferia a ocupar espaços na universidade”, disse.

Após as aulas, houve um evento cultural no Centro de Educação, na própria UFPE, voltado para a comunidade LGBT. Enquanto participava, Dália Celeste foi abordada por um homem que a interrogou se ela era realmente uma mulher. Diante da resposta positiva, ele debochou e aparentemente foi embora. Mais tarde, quando Celeste se dirigiu ao ponto de ônibus, para ir embora do evento, foi abordada por dois homens que a esmurraram até perder os sentidos. Também pegaram em suas nádegas e diziam que aquela era uma carne barata e que merecia apanhar.

“Dália Celeste foi agredida por dois homens que discordavam do direito de ela se autodenominar trans. Era como se aqueles homens tivessem algum direito sobre ela, o que eles não tinham. Esse foi mais um caso de transfobia contra uma pessoa considerada diferente. Enquanto batiam em Dália Celeste eles diziam que estavam batendo para ela se consertar, como se ela estivesse quebrada”, afirmou. As agressões a uma pessoa trans, disse Ivan Moraes, não ocorrem somente quando uma pessoa é agredida fisicamente, mas também quando a sociedade se recusa aceitar o nome social delas.

 

Em 26.03.2018, às 16h15.