Ivan Moraes discute fechamento de duas residências terapêuticas
Ivan Moraes destacou que, desde governos passados, estão sendo realizadas mudanças na política de saúde mental nacional, com objetivo de desmontar um programa considerado referência mundial no tratamento de pacientes com transtornos mentais e a usuários de álcool e outras drogas. Ele disse que o Recife chegou a ser referência nacional em saúde mental no início dos anos 2000, quando chegou a abrir e readequar 17 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), albergues terapêuticos e unidades de acolhimento. Para ele, as residências são importantes porque acolhem as pessoas que viviam internadas em manicômios com privação de liberdade. “Com essas casas, elas têm alternativa de se tratarem com a supervisão do Estado, mas sem estarem confinadas”.
Ivan Moraes lamentou que o movimento antimanicomial obteve sucesso em Recife, mas não atingiu o Estado todo. Ele acha preocupante que órgãos federais venham incentivando a volta dos manicômios e internamentos com terapia de eletrochoques, já banidos em todo o mundo. “As comunidades terapêuticas não fazem parte da rede de atendimento psicossocial, mas ajudam no processo de recuperação de usuários de drogas. Desejo que o Recife tenha o melhor atendimento psíquico, mas para isso é preciso fortalecer os Caps e seguir o plano municipal de saúde mental”.
O vereador disse que a Prefeitura não se comprometeu com a manutenção das duas residências, que seriam fechadas para economizar cerca de R$ 1 milhão por ano. “A questão é onde serão alocados esses recursos. No mínimo deveria ser usado na melhoria dos equipamentos existentes”.
Em 03.04.2019 às 17h25.