Ivan Moraes realiza solenidade para homenagear a Revolução Pernambucana

Dentro das comemorações dos 200 anos da Revolução Pernambucana, ocorrida a seis de março de 1817, o vereador Ivan Moraes (PSOL) realizou reunião solene no plenário da Câmara Municipal do Recife, quando aproveitou para fazer uma correlação da luta em defesa dos Direitos Humanos há dois séculos e nos dias atuais. O plenário ficou lotado por alunos da rede municipal de ensino que vieram à Casa de José Mariano pela primeira vez na manhã desta segunda-feira, 6. “Nós temos o compromisso de lutar pela liberdade cada dia de nossas vidas, mas vamos lutar sobretudo pela políticas públicas que garantam nossos direitos à educação, à saúde, à aposentadoria, entre outras coisas. Aproveito a presença de todos e todas para dizer que vocês deveriam vir mais vezes a esta Casa legislativa e participar de nossas sessões. A política será muito mais legal se todos vocês participarem dela”, disse.

A solenidade foi presidida pelo vice-presidente da Câmara Municipal do Recife, vereador Carlos Gueiros (PSB), e em vez de ser executado o Hino Nacional, como de praxe, os alunos cantaram o Hino de Pernambuco. Fez parte da mesa o professor de História, Rodrigo Bione. Ivan Moraes aproveitou para dizer aos estudantes que a Câmara realiza reuniões ordinárias todas as segundas, terças e quartas-feiras, acrescentando que os estudantes precisam participar delas “pois é assim que funciona a democracia”. Ele observou que era importante a participação dos alunos nas atividades para eles verem “como nós trabalhamos, pois é daqui que saem as leis que interferem na vida de todos”. Ivan Moraes acrescentou: “Quem sabe, alguns de vocês serão os próximos vereadores ou os próximos revolucionários desta cidade, pois é assim que a história se constrói”. Estiveram presentes o vereador Rinaldo Júnior  (PRB), professores e escritores.

Em seus discurso, dirigido para os estudantes, Ivan Moraes fez um relato  de que há exatos 200 anos o povo pernambucano reclamava o excesso de assaltos e o então governador Caetano Pinto recomendava apenas que as pessoas não saíssem de dentro de casa. “Os servidores públicos estavam com dez meses de salário atrasado, e o estado era corrupto”. Foi dentro desse contexto, segundo o vereador, que se deu a revolução Pernambucana. “Ela ocorreu como reflexo das revoluções liberais daquele século. Foi através do Iluminismo, movimento que pôs fim a muitos governos absolutistas da Europa e que começaram as lutas pelos Direitos Humanos, que se forjou a Revolução Pernambucana”, disse. Até 1817 não havia liberdade de imprensa ou de expressão.

“Com o Iluminismo, as pessoas passaram a ser sujeitas de direitos e começaram a ver o Estado não só como violador de seus direitos, mas também como uma entidade que poderia garantir os direitos de todos. Há 200 anos muitos revolucionários morreram pela defesa de dizer o que quer”, afirmou. O vereador ressaltou, ainda, que somente através da educação é que se formam os cidadãos conscientes e politizados, que podem lutar pelos seus reais direitos. “A educação é poderosa, por isso é vista como uma coisa perigosa”. Ivan aproveitou para lembrar que, mesmo tendo se passado 200 anos, ainda há registros de repressão aos direitos de expressão. “Agora, no carnaval, um grupo de recifenses teve suas fantasias apreendidas porque quiseram protestar contra o governador e o prefeito”, afirmou.

Em seguida, falou o professor Rodrigo Bione. Foi uma aula sintética sobre a Revolução Pernambucana. “Quero elogiar o vereador Ivan Moraes pela iniciativa da reunião solene. Ele prestou um grande serviço ao lembrar que a educação é algo libertador”. Segundo professor, a revolução Pernambucana possibilitou que o Brasil tivesse o seu primeiro  governo republicano, o primeiro governo formado exclusivamente por brasileiros, o primeiro governo que elaborou um projeto de constituição (uma Lei orgânica e que garantiu a liberdade de expressão). “A Revolução Pernambucana foi a mais importante já ocorrida no território brasileiro, pois foi aquela que representou a maior ameaça ao absolutismo de Portugal”, ressaltou. A solenidade foi encerrada com o Hino Nacional.

Em 06.03.2017, às 10h33