Ivan Moraes repercute atividades do Dia Mundial Contra a Discriminação Racial
A íntegra da nota:
“Ainda consternados, nós do Coletivo de Negritude do Mandato, tentamos assentar as ideias e sentimentos que nos tomaram com a execução de Marielle.
Poderíamos escrever incontáveis linhas sobre o simbolismo de uma mulher negra no poder e de como, para nós, pessoas negras, isso tem um significado inexplicável e marcante em nossas vidas.
Por agora, nosso corpo está exausto, moído. Por esses dias, nos permitimos o direito de sentir dor, de não prender o choro, de sermos vulneráveis e não precisar mostrar o quanto somos fortes.
E em meio a tantas lágrimas temos uma certeza, o assassinato de Marielle foi um recado que tentaram dar pra todo preto e preta que se levanta. Queremos responder esse recado com o seguinte aviso: Nós, não vamos baixar a cabeça.
Vimos alguns amigos brancos, falando: é golpe, é golpe, o golpe está instituído.
Amigos, acordem, esse golpe já é velho. Parem de acreditar que o mundo é o que vocês veem ou que chega a vocês através de seus grupos de discussão política.
Isso não é apena um golpe. Isso é o genocídio e extermino negro em curso, que faz parte de um plano que é mais velho do que os privilégios que vocês estão desfrutando.
A gente queria poder falar mais sobre Marielle e de como nos choca e aterroriza a vida dela ser tão próxima a nossa. A gente queria falar sobre o que sabemos de sua biografia, de tudo aquilo que faz com que a gente não consiga segurar o choro.
Marielle você vive em nós, Marielle te amamos por tudo que você representa para cada preto e preta que crava as unhas e dentes em todos os espaços”.
Em 21.03.2018 - postado em 22.03.18, às 11h07 (por conta do apagão)