Jayme Asfora aborda reação contrária a dissolução de diretório do PMDB

As consequências da migração partidária do senador Fernando Bezerra Coelho, que na semana passada desfiliou-se do PSB para integrar o PMDB, foram levadas à tribuna da Câmara do Recife nesta terça-feira (12) pelo vereador Jayme Asfora (PMDB). De acordo com o parlamentar, existe uma ameaça de dissolução do diretório estadual do PMDB. Em seu discurso, ele leu a nota “Exigimos Respeito”, em que o PMDB-PE se posiciona contra a intervenção no diretório e a favor da manutenção do deputado federal Jarbas Vasconcelos na direção política do partido no estado.

“Não admitiremos jamais a destituição de Jarbas Vasconcelos. A própria presença do senador [Fernando Bezerra Coelho] não é bem vinda no PMDB de Pernambuco. Não podemos aceitar de bom grado uma figura que é da mesma estirpe e da mesma prática de Renan Calheiros, José Sarney e do próprio Michel Temer”, disse Jayme Asfora. Em seu discurso, ele citou a conclusão de inquérito da Polícia Federal que apontou a possível existência de uma organização criminosa envolvendo o presidente da República e outras figuras do PMDB, como o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Na nota lida por Jayme Asfora, o PMDB-PE frisa por várias vezes o apoio a Jarbas Vasconcelos e lembra que o atual diretório foi composto democraticamente. “Este diretório estadual foi eleito de maneira legítima e democrática. Dele, participam, sem distinção, todas as lideranças políticas que fazem o PMDB de Pernambuco, em todas as regiões do estado. O senador Fernando Bezerra Coelho ainda tem tempo para aprender a lidar com gestos de grandeza, elegância e generosidade, como foi o de Jarbas ao admitir seu acolhimento no partido. Aprender também que a nossa história é de lealdade, não de traição. De coerência, não de oportunismo”, repercutiu o vereador.

Em sua intervenção, Asfora ainda fez uma análise dos casos de corrupção que afetam a política nacional – e se colocou a favor do fim do foro privilegiado. “Precisamos aproveitar esse momento de Lava Jato para oxigenar a política, e não o contrário. Precisamos acabar com o foro privilegiado. Mais de 20 mil pessoas são tratadas desigualmente. É uma coisa que impede o combate à corrupção. Além do foro privilegiado, precisamos trabalhar pelo fortalecimento das instituições democráticas, como o Ministério Público. São elas, junto com a imprensa livre e o parlamento funcionando com liberdade, os pilares da nossa democracia”, refletiu.

Em 12.09.2017, às 17h03