Jayme Asfora debate arborização do Recife em audiência pública
Para o parlamentar se o Recife fosse mais arborizada, também seria mais agradável, saudável ambientalmente e melhor para se viver. “Quanto mais verde nossa cidade for, mais ela vai estimular as pessoas a andarem pelas ruas e ocuparem os espaços públicos, contribuindo, inclusive, para a questão da segurança”, afirmou. Ele também criticou a erradicação ou podas de árvores sem controle e sugeriu que elas sejam precedidas de laudos técnicos que tenham divulgação garantida. “Esses laudos poderiam ficar no site da Prefeitura para conhecimento público”, afirmou.
Jayme Asfora pretende apresentar projeto de lei exigindo da Prefeitura do Recife a divulgação prévia de laudos técnicos das árvores que precisam ser erradicadas. Ele disse, ainda, que o ideal seria um pacto do poder público com a sociedade no sentido de se fazer o replantio de árvores nos locais onde elas sejam retiradas. “Se a Prefeitura faz replantio apenas em espaços rurais e não nas ruas onde as árvores são retiradas, isso contribui para aumentar a aridez, diminui o índice de caminhabilidade da cidade e piora a qualidade de vida das pessoas”, afirmou.
Para debater o tema, o vereador trouxe à Câmara Municipal o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, Bruno Schwambach; o diretor de Poda da Emlurb, José Carlos Vidal; o diretor da Unidade de Meio Ambiente da Celpe, Thiago Caires; o caminhante e representante do Movimento Olha o Recife Cidadania a Pé, Francisco Cunha e a jornalista e blogueira Letícia Lins, que criou uma hastag para denunciar a derrubada de árvores (#paredederrubararvores).
Letícia Lins, que também tem o blog OxeRecife, afirma que desde 2013 cinco mil árvores foram derrubadas no Recife. “Há um toco de árvore em cada esquina desta cidade. Está acontecendo um verdadeiro arboricídio. Criei a hastag para fazer denúncias porque há um clamor da opinião pública.”, afirmou. O caminhante Francisco Cunha diz que, além da questão paisagística e ambiental, “uma cidade de clima tropical como o Recife precisa de sombra, pois um terço da população anda a pé; e mais um terço se desloca de transporte público. Sendo que, antes de usar esse transporte, essa parcela da população usa a calçada”. Somando os percentuais, dois terços da população caminham grandes trechos no Recife, onde, segundo Cunha, a sombra é essencial.
Em suas caminhadas, Francisco Cunha tem descoberto que o Recife é menos arborizada do que precisa. “O que acontece é que muitas árvores são podadas com manejo inadequado; e quando há erradicação nem sempre as árvores são substituídas”, disse. Ainda segundo ele, bairros com o Espinheiro, conhecidos pelos grandes oitizeiros, estão com “o patrimônio sombreado dilapidado”. Há estudos, de acordo com Francisco Cunha, comprovando que aumenta de 4ºC a 5ºC a diferença entre espaços sem sombra comprados com outros com sombra.
O gestor de Meio Ambiente da Celpe, Thiago Caires, disse que é muito salutar debater os problemas de arborização do Recife. “Estamos com uma empresa especializada para melhorar as podas e isso tem sido um aperfeiçoamento contínuo. Para realizar o trabalho existe um equipamento de ar comprimido, reduzindo poluentes e o barulho”, disse. Segundo ele, a Celpe mantém “uma atividade” com a Prefeitura do Recife chamada de Corredores Verdes, cujo objetivo é realizar a poda facilitando a mobilidade urbana.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente divulgou o diagnóstico da arborização urbana do Recife. De acordo com slides apresentados na audiência pública a distribuição do verde no território atinge 45,7% da área, com predominância maior no bairro da Guabiraba. O secretário de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, Bruno Schwambach, disse que nenhum órgão municipal é contra a arborização e o sombreamento. Afirmou que no site da Secretaria está disponível o Manual de Arborização Urbana para informar, orientar e definir normas. “Infelizmente falta engajamento da população”. comentou.
Em 07.12.2017, às 12h40.