Jungmann realiza reunião solene pelo Dia Internacional da Mulher
A comemoração ocorreu às véspera do dia oficial, que é neste sábado, 8, quando o legislativo municipal estará fechado. Os vereadores Raul Jungamnn e Priscila Krause (DEM), que fizeram parte da mesa da solenidade, acompanharam até o plenário da Câmara as mulheres que iriam receber as homenagens. A reunião, que começou às 10h30, foi presidida pelo vereador Jadeval de Lima (PTN). Esteve presente a ex-vereadora Vera Lopes, que também compôs a mesa. “Nessa homenagem que estamos prestando, sou apenas um mensageiro do povo recifense. Gostaria de justificar o motivo pelo qual essas mulheres serão homenageadas. Em primeiro lugar, são todas cidadãs; em segundo, destacam-se profissionalmente; em terceiro, recebem pela pluralidade de suas vidas. Nenhuma, pela fama, mas, pela contribuição que cada uma tem dado à sociedade em favor da justiça, da democracia plena e luta pelo reconhecimento dos seus direitos”, afirmou Raul Jungamnn.
Foram homenageadas a jornalista Marisa Gibson, colunista do Diario de Pernambuco; a médica Maria de Lourdes Corrêa de Araújo, presidente da Unimed Recife; a professora e ex-diretora da Escoal Municipal Antônio Farias Filho, Irene Carvalho Almeida, do bairro de San Martin; a presidente da Escola de Samba Gente Inocente, Ivonete Lima de Barros, mais conhecida como Dona Perua, do bairro dos Coelhos, que não pode comparecer por estar com problemas de saúde; a atleta de natação Joanna de Albuquerque Maranhão Bezerra, que recebeu Medalha de Prata nos Jogos Pan-Ameriacnos de Guadalajara, no México, em 2011; a diretora do cerimonial da Câmara Municipal do Recife, Ana Cristina Falcão Torti; a promotora de Justiça, Belize Câmara; a professora Liana Cirne, mestra em Instituições Jurídico-Políticas e militantes do grupo de Direitos Urbanos; e a gastrônoma Carmem Virgínia, pesquisadora, escritora, e cultudora dos orixás.
O vereador lembrou a dupla jornada de trabalho da mulher e as desigualdades salariais, os diversos tipos de violência sofridos, o papel delas na sociedade, o significado social da luta que empreendem, as conquistas já obtidas, o histórico do direito ao voto, o controle que a soceidade quer exercer sobre o corpo feminino, mas também ressaltou que a data traz a lembrança de um acontecimento histórico marcado pela tragédia. Foi em 8 de março de 1857, em Nova York (EUA), que operárias de uma fábrica de tecidos fizeram greve para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Elas ocuparam a fábrica e a manifestação foi reprimida com violência. Foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas. O 8 de março foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975. Com a resolução, os países ligados à ONU assumiram o compromisso de celebrar a data, inclusive através de atos de governo.
Cada uma das homenageadas fez um pequeno discurso de agradecimento e de reforço às causas femininas. Joana Maranhão pediu apoio à ONG Infância Livre, que se propõe a lutar contra os abusos sexuais na infância; Ana Torti ofereceu a homenagem a todas as funcionárias e funcionários da Câmara Municipal do Recife; Belize Câmara alertou que a sociedade adota um discurso camuflado de combate à desigualdade entre os gêneros, mas que na prática ele não se consolida; Liana Cirne apresentou um discurso poético, que ao mesmo tempo chamava a atenção para a especulação imobiliária que tem afetado o Recife. “Nossa cidade está tão ameaçada quanto nossas mulheres”, disse; Carmem Virgínia lembrou a luta dos negros que foram escravizados, a seriedade dos terreiros de candomblé e ressaltou as qualidades do tipo de culinária de que é especialista, “a comida dos orixás”. Marisa Gibson sublinhou que a luta e o trabalho dependem da união. “Acho que devemos sempre ao próximo o nosso êxito”, afirmou.
A vereadora Priscila Krause fez o discurso de encerramento. Ela lembou que, até anos atrás, não seria possível a comemoração do Dia Internacional da Mulher, na Câmara Municipal do Recife, por iniciativa de um homem. “Isso só legitima e lhe dá autoridade para falar da luta da mulher”, afirmou, dirigindo-se ao colega Raul Jungmann. Em seguida, ela se emocionou ao falar da história da mulher em Pernambuco. “Uma, fundamental na luta pela democracia e contra o golpe militar de 1964, foi a deputada Cristina Tavares. O que a movia era o mesmo sentimento que nos move agora, de idealismo, da crença por um mundo melhor”, afirmou. A vereadora disse que a referência encontrada sobre Cristina Tavares, na história, é de ícone da bravura, inteligência, coerência e integridade. “Nesse 8 de março, o que posso desejar a todos, sem distinção de sexo, gênero ou orientação sexual, é que sejam bravos, inteligentes, coerentes e íntegros, como o foi a deputada. Tudo isso movido pelo propósito da tolerância”, afirmou.
Em 07.02.2014, às 13h25.