Jurandir questiona aproveitamento de requerimentos

O requerimento é um instrumento que os vereadores usam para fazer solicitações encaminhadas pela população ao Executivo. Eles são lidos e votados em plenário para em seguida serem encaminhados aos órgãos a que se destinam. Embora usado por todos os parlamentares, alguns questionaram na tarde desta terça-feira 03, a eficácia deles junto à gestão. O vereador Jurandir Liberal (PT), por exemplo, perguntou aos colegas Alfredo Santana (PRB), cujo requerimento pedia calçamento no Ibura, e ao vereador Almir Fernando (PCdoB), que segundo ele é considerado campeão de solicitações, se seus pleitos eram atendidos.

Jurandir Liberal além de questionar os colegas lembrou que pavimentação fazia parte do orçamento participativo da gestão anterior. “Quero saber o caminho das pedras para ser atendido. Faço requerimentos e não consigo”. Osmar Ricardo (PT), fez coro a Jurandir e foi mais além afirmando que o governo ainda não disse a que veio. “A comunidade está cheia de lixo e não há discussão com a população. Meus requerimentos também não são atendidos. Tenho certeza de que nem 1% é realizado”.

Já Alfredo Santana (PRB), um dos questionados, considerou bom levantar o tema para discussão. Para ele, o Executivo tem o desejo de fazer o melhor, mas é possível observar a carência da população. “Faço requerimento porque o "não" já temos, peço o "sim”. Jairo Brito (PT) acha que a discussão sobre os requerimentos leva ao orçamento participativo, onde a população escolhia suas obras. “O resumo disso é a volta do OP que teve seu nome trocado para Recife Participa, mas a comunidade não vota e os delegados são cabos eleitorais”.

Amir Fernando afirmou que já conseguiu muitas realizações através desse instrumento. Citou as obras no Córrego do Euclides, de escolas. “Faço requerimento para encaminhar os pedidos da população e gostaria de ser muito mais atendido. O prefeito tem inclusive realizado obras do OP passado que não foram concluídas pela gestão passada”.

Raul Jungmann (PPS) sugeriu que para as queixas não se repetirem, bastaria que fosse feita uma emenda à Lei Orgânica determinando que todo requerimento aprovado na Casa obtivesse uma resposta do Executivo. “A Causa do desconforto de hoje é a não resposta aos pleitos. Aqui é um poder e o que se aprova tem a força da escolha popular. A afirmação desse poder está em nossas mãos”.

Gilberto Alves (PTN), líder do governo, acatou a proposta de Jungmann e disse que estava disposto a discutir a questão. Para ele, cabe ao vereador encaminhar os reclamos da população, mas lembrou que nenhum governo consegue atender a todas as solicitações feitas nos requerimentos, tão grande a quantidade deles. “É preciso buscar alternativas”. Isabella de Roldão (PDT) acha que se o entendimento é que há muitos requerimentos, a saída é não aprová-los. “Aprovar por aprovar não é bom para esse poder que já sofre preconceito”.

Em 03/02/2015 às 18h13