Luiz Eustáquio critica Marcha da Maconha

A Marcha da Maconha realizada no último domingo, no Bairro do Recife, voltou a receber críticas de parlamentares da Casa de José Mariano. O vereador Luiz Eustáquio (PT), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, afirma que a manifestação contraria a lei, já que faz apologia ao uso de drogas. “Mas, além disto, a maconha é um grande mal à sociedade. A droga é uma das razões da alta mortalidade de jovens no Recife”.

Segundo o vereador, os traficantes já tomaram vários pontos da cidade, realizando, inclusive, venda no pátio das escolas. “Quando vivemos uma situação destas, impressiona ver que algumas pessoas ainda acham natural fazer passeata pela descriminalização da maconha”. Luiz Eustáquio discorda da atual política municipal que prega a redução de danos, substituindo drogas consideradas pesadas por outras menos danosas, no caso, a maconha. “Quando éramos jovens havia uma forte repressão à maconha.Agora só se pensa em reduzir o dano causado por uma droga pior, como o crack. Será que agora que o Oxi chegou vamos pedir para legalizar o uso do crack?”, questinou. “Não pode ser assim. Nossa sociedade precisa ser protegida”.
Eustáquio recebeu o apoio de vários colegas. Para Alfredo Santana (PRB), liberar a maconha significa aumentar a violência. “Ela e um mal.A porta de entrada para qualquer outro tipo de droga que existe. E já que existe o benefício científico da erva, ela deve ser usada na Medicina, mas não liberada para nossos jovens”.
Marcos Menezes (Dem) e Almir Fernando (PCdoB) incentivaram o colega a manter-se na luta e também se colocaram à disposição para ajudar. “Como policial vejo  as famílias chorando, procurando uma forma de tratar seus filhos. Vi também várias pessoas chegando à delegacia e pedindo para ser preso por causa da droga, com medo de serem assassinadas. Temos que participar desta luta, já que o que os governos vêm fazendo tem sido pouco para combater as drogas”.
O vereador Alfredo Mariano (PSDC) disse que não sabe exatamente o mal que o uso da maconha pode causar, mas a criminalização é uma forma de impedir a chegada de novas drogas. “ Muitos dizem que quem utiliza fica mais tranquilo, fica zen. Mas hoje já se sabe que a pessoa usa a maconha associada a outras drogas, isso prejudica e dá poder aos traficantes”.
Gilvan Cavalcanti (PMN) esclareceu que os efeitos da maconha são diferentes para cada usuário. “Da mesma forma que o álcool, os efeitos variam de acordo com o organismo. Pode-se ficar calmo ou alterado. Mas a maconha é um alucinógeno e se é para ser usada como tranquilizante, deveria ser prescrita por médicos”.
Finalizando, Eustáquio discordou do argumento usado na Marcha de que a descriminalização da droga acabaria com o tráfico . “Isto é balela. Wisky, cigarro, Cds e Dvds são artigos legalizados e mesmo assim a sociedade os consome como produtos piratas. A legalização não vai acabar com o tráfico. E se estou nesta luta é porque vejo o quanto é difícil se livrar do vício. Pessoas passam meses sem consumir, internadas numa clínica e, muitas vezes, quando voltam às ruas, voltam também para as drogas”.

Em 25.05.11, às 16h34.