Marcha da Maconha divide opiniões na Câmara

A Marcha da Maconha, realizada domingo 19, dividiu opiniões dos vereadores. Luiz Eustáquio (PT) ressaltou que o país passa por um momento difícil de combate às drogas, especialmente ao crack. Para ele, uma marcha como esta incentiva a liberação de uma droga que já foi vilã nos anos 70, tal qual hoje o vilão é o crack. “Querem liberar a maconha afirmando que é uma droga mais fraca, no entanto, ela é o caminho e a porta de entrada para drogas mais fortes. O Ministério Público não deveria ter permitido sua realização”.

Mas o vereador Henrique Leite (PT) considerou que a liberdade de expressão deve ser preservada, embora ele próprio não seja favorável à liberação. Para ele, o verdadeiro combate se dá com prevenção e educação. “Tratar as pessoas depois que estão doentes pelo vício fica mais crítico. Mesmo que discorde das drogas, a sociedade deve ter o direito de se manifestar e discutir o assunto”.

André Ferreira (PMDB) considera a passeata uma apologia às drogas e ao crime e lembrou que ano passado solicitou o cancelamento da marcha, mas o MP não atendeu e ela aconteceu, inclusive este ano. Michele Collins (PP) frisou que só quem cuida de viciados em drogas pode sentir na pele o que significa de verdade. Para ela, a maconha é a porta de entrada para outras drogas mais pesadas. “É preocupante o número de mulheres viciadas e que pedem ajuda para sair da dependência do crack, e elas começaram pela maconha, uma verdadeira ameaça à sociedade”.

Vicente André Gomes (PSB), presidente da Câmara, alertou como médico que existe o que se chama de limiar da excitabilidade e que sempre que é ultrapassado pelo uso de drogas, incluindo álcool, o sistema nervoso central se altera. “É lamentável que o país olhe apenas o doente e não a doença do vício. O efeito nocivo das drogas é inclusive repassado para os bebês. A dependência não pode ser liberada”. Almir Fernando (PCdoB) também concorda que a marcha é apologia ao crime e que deveria ser proíbida pelo MP. “Os usuários acabam enveredando pelo caminho do mal. É preciso lembrar que o álcool tem acabado com muitas famílias e deveria ser proíbido também”.

 

Em 21.05.2013, às 18h08.