Marco Aurélio se despede da Câmara do Recife
Marco Aurélio disse que é nessa Casa que se aprende a conviver com o povo e a ouvir as pessoas. Ressaltou que nos 2.178 dias que passou na Casa de José Mariano foram os mais felizes da vida dele, com muita luta, muito sangue e muito amor ao povo do Recife. “No dia em que os governantes olharem mais para o povo, a cidade se transformará, pois quando olhamos para o povo tudo se transforma. Devo muito ao deputado Eriberto Medeiros, que já foi vereador aqui. Aprendi muito com ele. No começo olhava para os mais velhos, como o vereador Carlos Gueiros (PSB) para aprender. Fui convidado para ser vice líder do governo ao lado do vereador Gilberto Alves (PSD), e depois eleito primeiro-secretário da Mesa Diretora”.
O vereador ressaltou que por causa do jeito dele de ser criou arestas com alguns, que foram aparadas. “Como primeiro-secretário pude conviver com Eduardo Marques, presidente da Casa, e com todos os companheiros da Mesa realizamos muito”. Lembrou as realizações de sua gestão afirmando que as finanças e contabilidade da Câmara tiveram a forma de pagamento transformada. "Até 2016 tudo era pago com cheques, equalizamos os pagamentos que passaram a ser por via eletrônica, mais seguro e mais ágil". O fundo de reserva tinha cerca de R$ 7 milhões quando ele assumiu a primeira-secretaria e hoje está entregando com o dobro, R$ 14 milhões, demonstrando a austeridade da Mesa. Disse que se frustrou porque não conseguiu mudar a sede da Câmara para um novo prédio.
Na lista das muitas realizações, Marco Aurélio disse que regularizou todas as passagens de funcionários, melhorou o acesso ao Portal da Transparência, capacitou funcionários, de forma que hoje a Casa tem um dos melhores quadros do Legislativo, incluindo excelentes assessores jurídicos, implantou auxílio-alimentação em pecúnia, que só era dado aos servidores lotados nos gabinetes, implantou gratificação aos concursados, foram chamados 14 concursados efetivos, criou cargos de controladores e de procuradores, a Guarda Municipal passou a receber gratificação. “Há muito mais para falar, mas já chega. Os feitos ficarão para todos”.
Emocionado, disse que lutou muito para chegar até aqui. Foram quatro eleições disputadas e sempre que ele fraquejava, a mãe dizia para ele ter paciência e não desistir porque tudo daria certo. “Disse a ela que seria candidato a deputado e ela me disse 'tudo vai dar certo'. Ela não viu minha eleição, mas me acompanha de onde estiver”.
Natália de Menudo (PSB) inaugurou a longa fila de apartes para parabenizar o novo deputado de Pernambuco e se despedir do vereador. Ela disse que Marco Aurélio sempre buscava o melhor para todos. Agradeceu por ele ter cuidado dela como prometeu ao pai – ex-vereador Estéfano Menudo -, especialmente nos momentos de tristeza e desejou boa sorte. Gilberto Alves saudou o colega com o slogan dele "Marco Aurélio, meu amigo", frase que, segundo ele, marcou e se provou verdadeira para quem conhece o agora deputado de perto. “A prova é que o povo lhe escolheu. O colega coloca o coração em tudo que faz e esse é um legado que fica. Perdemos um grande vereador e ganhamos um grande deputado”.
Carlos Gueiros disse que não esperava ser citado como professor. “O senhor diz que homem não chora e eu trouxe um lenço. A Assembleia vai ganhar e nós vamos perder, mas quando alguém ganha nós também ganhamos. Espero que o senhor volte, pois já vi isso acontecer”. Felipe Francismar (PSB) lembrou que Marco Aurélio o conheceu criança e o carregou no colo. “A vida nos colocou como amigos nessa Casa. O senhor sabe como ninguém ouvir as pessoas, o povo. Recife perde um vereador e ganha um deputado”. Rodrigo Coutinho (SD) disse que "quando chegou aqui, o deputado fez referência a amigos da família dele e que nesses dois anos pude perceber o quanto o senhor pensa no coletivo, colocando o geral acima do individual. Sempre que lhe procurei recebi sua ajuda”.
Aderaldo Pinto (PSB) ressaltou que tinha coisas em comum, afirmando que votou nele em 2012 e deu sua contribuição. Lembrou que ganhou o primeiro mandato dele junto com Marco Aurélio, bem como o segundo, e agora ele iria para a Alepe. “Quando tive problemas você me socorreu e resolveu. Tem minha gratidão”. Michele Collins (PP) disse que louvava a Deus pela vida do colega, por ele ser um homem de coração, que coloca o coração em tudo o que faz. "Seu mandato é de excelência para a cidade. Como primeiro-secretário sempre recebeu a todos, coletivamente sempre buscando a unidade”.
André Régis (PSDB) disse que em 2012 viu o slogan "Marco Aurélio, meu amigo", quando estava também em campanha e os dois foram eleitos. “Estava almoçando em um restaurante e o senhor chegou e se apresentou se colocando à disposição. Foi um gesto de cortesia. Chegamos juntos, mas em posições diferentes, no entanto, o senhor sempre se comportou com lealdade e caráter”. Ana Lúcia (PRB) lembrou que foi do Conselho de Educação e gestora de escola, e quando ele foi lá, chegou sempre com muita responsabilidade e amizade. "Quando cheguei aqui o senhor foi uma das pessoas que me acolheram. Sei que poderei ìr à Assembleia e serei recebida”.
Renato Antunes (PSC) disse que estava em seu primeiro mandato, mas nesses dois anos pode verificar que o slogan de campanha faz sentido e é real, como algo que transcende campanha. “Sua austeridade colocou as finanças dessa Casa em ordem. O senhor ganhou 7 milhões de amigos”. Jairo Britto (PT) disse que teve o privilégio de conviver com o colega, fazendo parte da Mesa representando a oposição. “Registro a transparência em tudo o que foi tratado e a legalidade com que os assuntos foram tratados. Aprendi muito com o colega”. Fred Ferreira (PSC) desejou boa sorte ao colega afirmando que "a mesma competência que teve aqui terá lá na Alepe, onde temos certeza que poderemos contar com você". Romero Albuquerque (PP) disse que havia sido injusto com o colega em ter votado nele para a Mesa, e que se desculpou publicamente e o faz de novo hoje. “Fui seu companheiro aqui e seremos novamente na Alepe, muito obrigado”.
Ao finalizar o discurso, Marco Aurélio se despediu dos colegas, funcionários, presidente da Casa e do povo, e se desculpou caso não tenha sido um primeiro-secretário. “Só agora resolvi fazer oposição ao prefeito que não investe no transporte público, na Guarda Municipal que poderia ser armada e tantas outras coisas que prometeu e não entregou. Vou continuar confiando em Deus, vai dar tudo certo”. O presidente da Casa, Eduardo Marques, disse ao colega que ele não precisava pedir perdão por nada, pois ele havia sempre procurado o melhor para o povo e para a cidade do Recife.
Em 17.12.2018 às 18h43.