Marília Arraes propõe criar Dia do Desaparecido Político

Calcula-se que 475 pessoas morreram ou desapareceram, no Brasil, porque eram militantes das organizações de oposição à ditadura militar de 1964. Esse número, levantado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, durante o governo Dilma, ainda é incerto porque não há uma estatística definitiva. O Recife destacou-se como uma das principais cidades de resistência ao regime. Por isso, a vereadora Marília Arraes (PT) resolveu homenagear as vítimas da ditadura através de um projeto de lei, o de número 124/2016, que institui no Calendário Oficial de Eventos do Município, o Dia Municipal de Homenagem aos Desaparecidos Políticos

O dia proposto para a homenagem anual é 31 de março, aniversário do golpe militar de 1964. A cada ano, diz o projeto de lei, será destacado o nome de um desaparecido político listado pela Comissão Estadual da Verdade, ressaltando-se a sua biografia, como forma de homenagear todos os demais. O Dia Municipal de Homenagem aos Desaparecidos Políticos que Lutaram Contra a Ditadura Militar no Brasil não será considerado feriado civil. Essa é as segunda iniciativa da vereadora, neta do falecido governador de Pernambuco, Miguel Arraes, que no final do mês passado realizou sessão solene para homenagear os desaparecidos políticos.

O projeto de lei está sendo analisado pelas comissões de Legislação e Justiça e pela de Educação, Cultura, Turismo e Esportes. A vereadora Marília Arraes entende que o projeto de lei vai ao encontro do interesse público e constitui medida importante não apenas para os familiares e amigos dos desaparecidos políticos, mas para a toda a população do Recife. “Essa proposição visa realizar uma homenagem perene aos desaparecidos políticos de Pernambuco, que combateram a ditadura militar, juntamente com a Comissão Estadual da Verdade e demais instituições que se engajam na luta pela consolidação da democracia em nosso país. Por maiores que sejam as dores, vale salientar a importância dessa modesta homenagem que marca a construção do resgate da memória, da verdade e da justiça. É preciso relembrar, a cada ano, as atrocidades cometidas pelo regime militar ditatorial para evitar que novas ditaduras se instaurem e para ressaltar a importância do regime democrático que vivemos atualmente.

Em 05.09.2016, às 11h.