Mercado do Cordeiro ganha nome de locatário
O novo espaço chama-se, agora, Mercado Público do Cordeiro – João Portela. O projeto que originou a lei foi apresentado pelo vereador Múcio Magalhães, este ano. O texto tramitou em todas as comissões temáticas, recebendo aprovação unânime. Votado em plenário, seguiu para sanção do Poder Executivo, que tinha prazo regimental de 15 dias, conforme determina a Lei Orgânica do Recife, para confirmar ou negar a sanção. Expirado esse tempo, coube ao presidente da Câmara Municipal promulgar a lei.
Ao realizar pesquisa, Múcio resgatou a história do Mercado do Cordeiro e a apresentou na justificativa do projeto. Inaugurado em 23 de março de 1937, o estabelecimento era privado e foi se deteriorando ao longo do tempo. Na década de 1990, sofreu grande precarização por falta de investimentos dos proprietários. Paralelamente, houve uma redução de renda dos locatários, que sequer tinham condições de pagar os alugueis dos boxes. Por isso, houve um processo judicial de despejo. A ação iniciou um processo de luta dos locatários para manter o equipamento em funcionamento.
“Esta luta teve como um dos líderes o Sr. João Portela Sobrinho, um empreendedor nato, que abriu uma fábrica de sorvetes em 1962, nas dependências do mercado. Depois, ele abriu o Bar do Portela, com refeições regionais ”, afirma o vereador na justificativa. Quando foi expulso do boxe, por força da ação de despejo, ele instalou um bar perto do mercado. Com a saúde debilitada, João Portela enfrentou dificuldades para manter o negócio, que acabou tragicamente. O bar foi incendiado em 2000, mesmo ano em que João Portela faleceu.
Ele não chegou a ver o seu sonho realizado, que era o da reforma do mercado, para acolher os antigos comerciantes. “O sonho de ‘seu Portela’ começou a se concretizar em 28 de setembro de 2002, quando o prefeito João Paulo desapropriou o equipamento e através da Companhia de Serviços Urbanos do Recife (CSURB), cadastrou todos os ex-locatários para assegurar o direito de manter o empreendimento. Em sua homenagem, e atendendo a sugestão do ex-prefeito João Paulo, o nome do comerciante é denominação do mercado”, acrescentou Múcio Magalhães.
Em 18.10.2010, às 14h25.