Michele Collins cobra atenção do Estado às Comunidades Terapêuticas

Na tribuna da Câmara Municipal, na tarde desta quarta-feira, a vereadora Michele Collins (PP) afirmou que, na próxima sexta-feira, completará um ano o decreto do governador Paulo Câmara criando o Programa de Apoio às Comunidades Terapêuticas de Pernambuco. No entanto, ela lamentou que até hoje nada tenha sido feito em relação a essas instituições. "Isso nos deixa muito tristes e preocupados. Nós que militamos na área e também trabalhamos com comunidades terapêuticas , enfrentamos muitas dificuldades".

De acordo com a vereadora, o Programa de Apoio às Comunidades Terapêuticas é destinado a qualificar e fortalecer as parcerias com a sociedade civil e o governo do Estado. Tem o objetivo de capacitar as lideranças, instrumentalizar, auxiliar, normatizar e identificar essas comunidades. "Isso é muito importante, porque há clínicas e instituições que não fazem um trabalho sério e são confundidas com comunidades terapêuticas. Esses locais prestam um desserviço".

Michele Collins ressaltou que, ontem, esteve no Ministério Público para protocolar um documento com o CNPJ de duas instituições - recentemente denunciadas por irregularidades - mostrando que não são comunidades terapêuticas. "Precisamos fazer, cada vez mais, a divisão entre o joio e o trigo. Diferenciar instituições sérias das que não têm compromisso com a vida e com a família, como nós temos".

Michele Collins fez, ainda, um profundo relato da criação e importância das comunidades terapêuticas no Brasil. Segundo destacou, a primeira do País foi criada há 51 anos. "Aqui em Pernambuco, temos a Desafio Jovem, que está completando 36 anos e foi a primeira do Estado. Hoje já são mais de 60 instituições". No Brasil, ressalta, "são mais de três mil instituições reguladas pela lei específica 13.840/ 19 - que consta o trabalho das comunidades terapêuticas".

Votação na Alepe - A vereadora Michele Collins, na tribuna da Casa de José Mariano, repercutiu também um projeto de lei elaborado pelo deputado estadual Cleiton Collins para regular o serviço das comunidades terapêuticas de Pernambuco. "Esse projeto de lei está tramitando na Assembleia Legislativa, passou por quatro comissões e estava na Comissão de Direitos Humanos, quando foi apresentado um substitutivo. Dessa forma, a medida volta às comissões. Começa do zero a tramitação".

Ela reclamou que o deputado Isaltino Nascimento, líder do governo na Alepe, deu o voto de desempate e com isso, aprovou o substitutivo. "Não é de hoje que Isaltino tem se mostrado contra as comunidades terapêuticas", afirmou. De acordo com Michele Collins, ele também não contribuiu com o decreto do  governo do Estado que criou o Programa de Apoio às Comunidades Terapêuticas de Pernambuco, que completará um ano nesta sexta-feira. "Naquela ocasião, ele era secretário, e nada fez. Apenas uma reunião". A parlamentar fez um apelo aos deputados estaduais. "Em nome de todas as comunidades terapêuticas, faço um apelo aos deputados estaduais que deem celeridade a este substitutivo que está nas comissões".

A parlamentar explicou que o governo trabalha com redução de danos e as comunidades com a abstinência da droga. Informou que os dependentes químicos ficam durante seis meses na comunidade em total abstinência, realizando atividades esportivas, lúdicas, participando de palestras e outras atividades. “Quando eles saem de lá estão prontos para se reintegrar à sociedade. Esse trabalho tem dado certo nas comunidades evangélicas,  nas católicas, não se trata de religião”. Ela disse ainda que a Fiocruz divulgou trabalho mostrando que o serviço mais procurado pelos dependentes é o oferecido pela comunidade terapêutica. “Por isso vamos deixar a vaidade de lado e desenvolver esse programa”.

Michele Collins lembrou também que o número de mulheres usando crack cresce assustadoramente e que o Brasil detém o primeiro lugar mundial no uso de crack e o segundo de cocaína. “O Estado precisa tomar providências urgentes. Apelo ao governador Paulo Câmara, pois Pernambuco é o único Estado que rejeitou o programa  que recupera vidas há mais de 51 anos. O Recife tem duas comunidades terapêuticas porque o prefeito entendeu a importância delas”.

Em 14.08.2019, às 18h20.