Michele Collins comemora Dia Internacional de Combate às Drogas

A solenidade foi presidida pelo vereador Eduardo Marques (PSB), também presidente da Câmara Municipal do Recife. Fizeram parte da mesa a secretária municipal de Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna; o representante do escritório das Nações Unidas para Droga e Crime, Francisco Cordeiro; o juiz da Vara de Penas Alternativas, Flávio Fontes; o presidente da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas (Confenact), Egon Schluter; a representante do escritório da ONU Sobre Drogas e Crime, no Panamá, Melva Ramirez; e o secretário Executivo de Políticas sobre drogas, André Sena. A Frente Parlamentar de Prevenção à Violência e Políticas de Drogas, que foi criada, é formada por Michele Collins, Ivan Moraes (PSol), Renato Antunes (PSC), Aimée Carvalho (PSB), Aline Mariano (PMDB), Gilberto Alves (PSD) e Ana Lúcia (PRB).

Em seu discurso, Michele Collins ressaltou que o problema mundial das drogas representa séria ameaça à saúde pública, à segurança e à qualidade de vida das pessoas. “Neste contexto, o escritório das Nações
Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC) vem desempenhando um reconhecido trabalho no controle dessas susbtâncias, por meio de parcerias, cooperações operacionais e técnicas, com vistas à elaboração do relatório mundial sobre drogas, à realização de campanhas, doação de fundos para Ongs que atuam na prevenção e tratamento da toxicodependência, entre outras importantes ações”, disse ela.

O Relatório Mundial da ONU sobre drogas, lançado segunda-feira, na Assembleia de Legislativa de Pernambuco, mostra que cerca de 30 milhões de pessoas possuem transtornos decorrentes do consumo de drogas ilícitas, que as substâncias sintéticas respondem pela maioria dos danos causados pelo uso de entorpecentes, que o uso injetável dessas substâncias, apesar de não ser comum no Brasil, está diretamente relacionado ao surgimeno de novos casos de HIV e hepatite C, entre outros pontos. “Apesar do documento apontar que o consumo se encontra estável, houve um aumento no número de usuários problemáticos”, disse Michele Collins. Ela informou que recentes dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco atestam que, em maio, 51% dos assassinatos tiveram relação com o tráfico e acertos de contas. “Aproximadamente 70% dos roubos cometidos contra pedestres têm como objetivo o celular, a principal moeda de troca para obtenção de drogas”, completou.

“A data de hoje é importante para que possamos debater essa questão, a qual deve envolver toda a sociedade. É preciso que haja o cumprimento eficaz das legislações em nível nacional, estadual e municipal. Milito há mais de 20 anos nessa área e posso afirmar que os jovens e as famílias estão sendo dilaceradas. É necessário que os governantes tomem atitudes proativas no sentido de livrar os dependentes químicos. É preciso que sejam fortalecidas as parcerias do governo com as instituições sem fins lucrativos que atuam nessa área, a exemplo das comunidades terapêuticas. Precisamos de ações governamentais eficazes, ou seja, que fortaleçam as unidades públicas, como os Caps-AD, e programas já existentes, como o “Atitude”, bem como as iniciativas que venham a reinserir os ex-dependentes no mercado de trabalho. Temos, também, que valorizar o papel da família nesse processo”, disse a vereadora Michele Collins.

Após seu discurso, o grupo Caravana de Prevenção, formado por funcionários da Secretaria Executiva Municipal sobre Drogas fez uma encenação. E o representante do escritório das Nações Unidas para Droga e Crime, Francisco Cordeiro, disse que o consumo de drogas vem aumentando no mundo em função do aumento populacional. Ele chamou a atenção para a importância da prevenção. “Nosso relatório tem como tema ‘escutar as crianças e adolescentes me relação à prevenção’. Nosso grupo de trabalho é baseado em resultados e nas próximas semanas iremos nos juntar à Prefeitura do Recife para realizarmos trabalho em conjunto. Observamos diretrizes internacionais pautadas em evidências, em estratégias positivas de combate do consumo de drogas e nos Direitos Humanos”, afirmou.

O presidente da Confenact, Egon Schluter, explicou que as Comunidades Terapêuticas fazem parte de uma rede que trata de pessoas afetadas pelo álcool e demais drogas.  “Somos representantes, no Brasil, da Cruz Azul, que existe desde 1877, cuja finalidade é ajudar os dependentes químicos. Nós lideramos as comunidades terapêuticas junto ao Governo Federal e temos uma legislação própria. A portaria 3.088/2011, do Governo Federal, determina que as comunidades fazem parte da rede psicossocial do Ministério da Saúde . E a portaria 1.482/2016, também do Ministério, concedeu às comunidades um cadastro nacional específico para a prevenção de doenças e promoção de saúde”, disse. Segundo ele, as comunidades terapêuticas atendem a cerca de 60 mil pessoas em todo o Brasil e luta pelo reconhecimento para não depender de contratos e editais.

A secretária de Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna, disse que os atuais desafios para quem trabalha no combate às drogas são: a prevenção e o trabalho de forma integrada com a sociedade respeitando as diversas formas de atuação de cada entidade. O secretário Executivo de Políticas sobre drogas, André Sena, fez uma apresentação de um vídeo institucional a ser exibido em salas de cinema e casas de espetáculo. O depuatdo estadual Cleyton Collins disse que a luta contra as dorgas é uma verdadeira batalha contra o mal. “É um mal que mata tantas pessoas e tira a paz de muitas famílias. O relatório da ONU fala do surgimento de novas drogas. Elas agravam ainda mais a realidade. O Nordeste lidera o consumo de crack e as drogas lícitas como a cachaça são muito utilizadas. Fico feliz que tantas autoridades estejam unidas combatendo o grande mal de nossos dias”, disse.

Em 29.06.2017, às 11h45.