Michele Collins repercute pesquisa do IBGE

A vereadora Michele Collins (PP) classificou como preocupante os dados da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2019, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acerca do aumento da extrema pobreza no país. Como se trata de uma pauta de direitos humanos, ela disse na tarde desta segunda-feira (2), na Câmara do Recife, que não poderia deixar de repercutir os números, pois eles são fundamentais para o estabelecimento de políticas públicas.

De acordo com dados da pesquisa, 11,4% das pessoas de Pernambuco vivem em extrema pobreza, em estado de miséria, com renda mensal menor do que R$ 145,00. "Em 2018, eram 12,9% dos pernambucanos nesta situação", lamentou a parlamentar.

No Brasil, em 2018,  eram 3,5 milhões de pessoas que viviam em extrema pobreza, o que correspondia a 6,5% da população. Em 2014, esse percentual era de 4,5%. "Essa realidade atinge prioritariamente pretos e pardos, mais de 75% das pessoas que vivem em miserabilidade no nosso Estado são negras".

O IBGE demonstra, segundo destacou a vereadora, que no Brasil há mais pessoas em situação de pobreza extrema do que toda a população de países como a Bolívia, Bélgica, Grécia e Portugal.

A parlamentar disse ainda que o estudo mostrou que "em Pernambuco, 38% têm restrição à educação, 34,8% têm restrição às condições de moradia, 69,3% têm restrição ao saneamento básico e 52,3% têm restrição à internet". Já no Recife, 25% têm restrição à educação,  41,8% têm restrição às condições moradia, 48,9% têm restrição ao saneamento básico e 28, 4% têm restrição à internet.

"O aumento da extrema pobreza no país nos últimos anos, explicou o IBGE, está diretamente ligado à recessão no biênio 2015/2016, que provocou demissões em massa. Parte dessas pessoas só conseguiu retornar ao mercado de trabalho mais tarde, em condições menos favoráveis".

Outros pontos destacados por Michele Collins, dizem respeito à educação em Pernambuco. De acordo com ela, nos últimos sete anos, uma média de 22,5 mil estudantes de escolas privadas se  matricularam em escolas públicas, a cada ano.  No Recife, em 2019, o número de estudantes que saíram da rede privada para a rede pública é nove vezes maior que em 2013. "Por isso, independente de partidos políticos ou de diferentes visões, é preciso construir políticas públicas que sejam eficientes e que cheguem,  realmente, a essas pessoas. É ter o olhar humanizado e ser empático com a realidade do outro".

Em 02.12.2019 às 16h29.