Michele Collins repercute pesquisa sobre crack

A vereadora Michele Collins (PP) repercutiu reportagem da imprensa local onde uma pesquisa mostra que as mulheres são mais vulneráveis às drogas, incluindo o crack, sem contar que muitas delas estão gráviadas prejudicando seus bebês. Ela alertou que a reportagem retratava a construção de uma nova geração influenciada por esta droga. Ela relatou que de acordo com a pesquisa do psiquiatra Ricardo Torresan, da Faculdade de Medicina de Botucatu, São Paulo, especializado em dependência química, a segunda geração de vítimas do crack está em plena construção. “São crianças gestadas e paridas em meio ao recente fenômeno da feminilização do uso de drogas”.

A vereadora ressaltou que, segundo a pesquisa, o mesmo aconteceu em relação à Aids, e atribui “aos avanços das mulheres na busca pelos seus direitos sociais nas últimas décadas, pelo fato de ficarem em pé de igualdade com os homens, não só passando a ocupar espaços antes restritos a eles, como também passaram  a apresentar os problemas de saúde que eram significativamente mais prevalentes entre o público masculino, como as doenças cardiovasculares e a dependência química”.

A única pesquisa brasileira de porte sobre uso de cocaína e crack no país, da Unifesp, revela que entre as mulheres adultas 0,3% afirmaram ter fumado crack no último ano. O levantamento também aponta dados alarmantes quando é analisada a questão de gênero. A pesquisa revela que apesar de os homens ainda liderarem a taxa de uso dessas drogas, entre as mulheres usuárias o índice de dependência é de 54%, contra 46% do sexo masculino.

A reportagem segundo a vereadora mostra também que os primeiros sinais da epidemia começaram a aparecer há 13 anos. Os médicos lançam hípoteses a partir de suas experiências diárias de que bebês podem nascer prematuros, com baixo peso, irritadiços, com tremores, além de apresentarem riscos para distúrbios cardiovasculares e de abstinência da droga. Podem no futuro apresentar baixo crescimento, retardo mental, déficits motores e cognitivos e transtornos de comportamento, além de correrem o risco de serem afastados de suas mães.

A vereadora ressaltou que o texto da reportagem mostra os efeitos do crack percorrido pelo cérebro: quando o crack é queimado, a fumaça aspirada se dirige para o pulmão e é absorvida pelos alvéolos. De lá cai na circulação sanguínea e atinge uma área do cérebro onde é produzida a dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. “Hoje pela manhã participei de uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Jovaldo Nunes, onde também participaram parlamentares da Frente Parlamentar em Defesa das Comunidades Terapêuticas. “O presidente do TJ se comprometeu em desburocratizar todo o processo em prol das comunidades no Estado e em assinar convênios com a secretaria Nacional Antidrogas, para que bens apreendidos do tráfico sejam destinados a instituições que trabalhem na recuperação de drogados”

 

A vereadora Isabella de Roldão (PDT), no entanto, pontuou que compartilhava  da preocupação da colega e tem acompanhado a discussão sobre o crack, mas ela acha que é preciso separar e tomar cuidado nas questões de gênero, lembrando que as mulheres só conseguiram chegar até aqui porque conquistaram espaços. “Acho a discussão da maior importância, mas é preciso separar as coisas. Crack não é bom para ninguém, o que inclui as mulheres, para não se confundir com outros espaços conquistados”.

 

Em 03.09.2013 às 18h43