Michele decreta alerta vermelho por falta de combate às drogas

Indignada com a morosidade do Plano Municipal de Combate às Drogas, que segundo a vereadora Michele Collins (PP) não saiu do papel desde seu lançamento em novembro passado, ela decretou hoje no plenário da Câmara do Recife, alerta vermelho pela falta de políticas públicas municipais urgentes. Tem mais. Além do alerta vermelho, decretado por conta própria, a vereadora formulou pedido de informação à Prefeitura do Recife para saber exatamente para onde está indo o dinheiro anunciado pela gestão, na casa dos R$ 350 milhões no combate às drogas. “Estou decretando situação de emergência no Recife. A gestão não tem comprometimento no combate ao crack, especialmente”.

Michele destacou números de uma pesquisa da Fiocruz  onde 80% das pessoas do país querem tratamento para as drogas. Revelou ainda que a maioria dos drogados está no Nordeste e de 1 a 2% no Recife, cerca de 150 mil pessoas. “É dificil lidar com essa situação quando alguns dos Capes estão fechados ou atendendo com baixa capacidade. As comunidades terapéuticas que atuam no setor há 50 anos não foram ouvidas. O plano tem previsão de ações até 2016, e até lá as pessoas estarão mortas”.

Priscila Krause (DEM) ressaltou que o crack é uma das drogas mais devastadoras e a capacidade de resposta da gestão é pequena. Pior ainda, segundo ela, é a incapacidade do poder público municipal de trazer para junto de si a experiência bem sucedida de entidades que já trabalham com a área. “O poder tem de chegar junto dessas entidades e formatar o comportamento delas para que não exista o viés político ou religioso, mas não descartar a experiência da rede já organizada”.

Raul Jungmann (PPS) ressaltou que o caminho correto é o da consciência e segundo ele, este foi o caminho seguido pela colega, que tem o combate às drogas como bandeira. “Mesmo sendo da base do governo, a vereadora ajuda mais ao criticar do que só aplaudir. Tenho certeza de que a gestão ouvirá os seus reclamos”. André Régis (PSDB) frisou que a Câmara tem a atribuição de fiscalizar e legislar. E os vereadores exercem essa prerrogativa. Segundo ele a crítica e o diagnósotico podem ajudar o poder público.

Jayme Asfora (PMDB) achou equivocado quando se coloca a questão das drogas como tema da oposição. Ele disse que o Plano foi elaborado com a participação de entidades e associações médicas, além da sociedade civil, todos envolvidos no debate. “O Plano é suprapartidário”.  Aline Mariano (PSDB) reconheceu a atuação da colega na questão das drogas e que o Plano é muito bem feito. Lembrou que no passado tinha a Frente de Combate ao Crack e o Plano era ruim. Hoje o Plano é bom, mas não está andando com a celeridade necessária. Já Marco Aurélio (Solidariedade) enfatizou que esse Plano não tem partido. “Ouvi colegas afirmarem aqui que o Plano é bom, mas diz que a gestão não tem compromisso com as drogas. É no mínimo contraditório. O governo tem compromisso sim com a crack e com outras drogas”.

 

Em 01/04/2014 às 18h27