Múcio Magalhães lamenta fechamento da Philips no Estado

O presidente da Câmara, Múcio Magalhães (PT), lamentou em plenário, nesta terça-feira, 16, a saída da empresa Philips Eletrônica do Nordeste, do Distrito Industrial do Curado, no Recife. A produção da fábrica foi transferida para a China, deixando desempregados cerca de 500 trabalhadores. A Philips estava há 43 anos no Recife. Com o fechamento da fábrica a empresa encerra também suas atividades no país. “Atualmente metade da produção de lâmpadas é exportada pelo Porto de Suape para países como México, França, Estados Unidos e Japão. Com a mudança a Philips passa a abastecer o mercado brasileiro com lâmpadas produzidas na Ásia e na Europa”.

O presidente explicou que, de acordo com a Philips, a transferência foi motivada  pela “necessidade de adequação de custos e melhoria da competitividade”. Segundo nota, “os custos altos de produção, impactos da crise mundial no setor automotivo, a demanda por produtos com maior eficiência energética e a movimentação geográfica dos mercados em função do crescimento global influíram na decisão”.

Múcio quer cobrar explicações do Governo do Estado quanto a saída da empresa do Nordeste e irá convocar uma Audiência Pública sobre o assunto. “O governo lamenta o encerramento das atividades, mas esta é uma postura que precisa ser mais aprofundada. Temos que chamar quem tem responsabilidade por este quadro para discutir o porquê do fechamento e qual ação o Estado fez para impedir que isto acontecesse. Juntar os entes envolvidos, sejam eles públicos ou privados para, através deste debate público, cobrar soluções de solidariedade aos trabalhadores que perderam seus postos de emprego”.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco vários trabalhadores possuem problemas de saúde, em especial a L.E.R (lesão por esforço repetitivo). Múcio quer garantir a manutenção de benefícios como plano de saúde e que a Philips ofereça cursos de capacitação para os desempregados poderem retornar ao mercado de trabalho. “Quero expressar minha solidariedade com todos os trabalhadores e me colocar à disposição para colaborar com sua luta nesta hora difícil”, concluiu.

Parlamentares da bancada de oposição também se mostraram solidários e lamentaram a saída da empresa do Nordeste, a exemplo da líder Priscila Krause (Dem). Já Daniel coelho (PV) acredita que o fato é resultado da crise cambial.Está mais caro produzir no Brasil do que em qualquer lugar do mundo. Não cabe na nossa economia termos esse câmbio supervalorizado. Espero que o Governo Federal reveja esta questão para que a gente ganhe competitividade no mercado internacional senão outras empresas fecharão”.

Para Múcio Magalhães o Brasil não deve ceder à política cambial feita hoje pela China e os Estados Unidos, mas se opor a esta prática. “Esta política é profundamente nociva para o mundo inteiro. Fazendo isso, a China faz com que outras economias quebrem. Não temos economia para isso, a economia brasileira é um fator importante para o crescimento da América Latina, se aderirmos, vamos quebrar a America latina fazendo o jogo de outros países”.

Em 16.11.10, às 17h40.