Múcio apoia criação da Comissão da Verdade

O vereador Múcio Magalhães (PT) disse na reunião plenária desta quarta-feira, 30, que se for para lembrar o 31 de Março, data em que militares comemoram a Ditadura, que seja com um feriado nacional como fazem as argentinos, para que nunca mais se repita entre nós. “Desde o governo Lula, em uma atitude corajosa mantida pela presidenta Dilma, foram abolidas as comemorações do 31 de março do calendário oficial do exército. No entanto, lamentamos que oficiais superiores das três forças armadas ainda se manifestem através de seus clubes militares para defender a comemoração desta data, a qual chegam a chamar de “revolução democrática”.

Múcio Magalhães também manifestou seu apoio ao governo Lula que encaminhou ao Congresso Nacional  um projeto de lei que cria a Comissão Nacional da Verdade, com atribuição de esclarecer casos de violação de direitos humanos ocorridos entre 1946  e 1988, tais como tortura, mortes, desaparecimentos ofuscados e ocultação de cadáveres. “Vamos abrir finalmente os arquivos dos anos de chumbo e identificar os ainda hoje desaparecidos políticos. E aqui faço apelo aos deputados federais para que o projeto seja logo apreciado. Declaro meu apoio à ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, pela luta que vem desenvolvendo para aprovação da Comissão da Verdade”.

O vereador lembrou ainda os brasileiros mortos e desaparecidos como os pernambucanos Ramires Maranhão do Vale, do PCBR; Mariano Joaquim da Silva, da VarPalmares; João Massena, do PCB; Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, da APML; Eduardo Collier Filho, da APML, e Edgar de Aquino Duarte. “Passados 26 anos do fim do regime militar é bom lembrar às novas gerações, que não vivenciaram aqueles dolorosos anos, que eram proibidas as liberdades de expressão, de imprensa e de organização “.

Josenildo Sinesio (PT) frisou que o dia 31 de março entrou para a história como o mais perverso do país, que aliás deveria ser abolido do calendário. “Devemos lembrar dos mártires e as brutalidades a que foram submetidos e ensinar a nosso filhos que o melhor caminho é a democracia e o contraditório. Foi com o sangue que a terra bebeu de nosso povo que um operário foi presidente, Arraes voltou do exílio e uma mulher foi eleita presidenta”.

Marília Arraes (PSB) frisou que era muito importante o discurso de Múcio, especialmente para pessoas jovens como ela, que à época não havia nascido. “Esse dia não é para ser comemorado como se fosse uma grande festa democrática, mas para ser lembrado pelos horrores que praticou”.  Jairo Britto (PHS) ressaltou que todos temos de entender que a sociedade hoje se manifesta com liberdade porque outros lutaram para que isso acontecesse. O vereador Sérgio Magalhães (PTC) frisou que quando lembramos dessa data é preciso enfatizar que ela nunca mais aconteça. “A vitória da democracia na luta pelas liberdades não é só do PT, mas de muitos outros partidos. Lembrar principalmente que nenhuma ditadura é boa, nem de direita e nem de esquerda".

Em 30.03.2011, às 17h58.