Natália de Menudo fala sobre preconceito e intolerância

De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), que há 37 anos compila anualmente o número de vítimas fatais da homofobia, em 2016, 343 pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram mortas no Brasil. Ou seja, aproximadamente a cada 25 horas essas pessoas são assassinadas pelo simples fato de possuírem a condição sexual na qual nasceram. Os dados foram trazidos ao plenário, na tarde desta quarta-feira (17), pela vereadora Natália de Menudo (PSB). “É injustificável qualquer ato de violência que seja alimentado por preconceito e intolerância a orientação sexual de uma pessoa”.

Ela falou sobre a necessidade de melhorar o entendimento da sociedade diante das diferenças de seu povo. “A conjuntura social em que o Brasil se encontra me espanta, sobretudo pela forma como alguns indivíduos se comportam”. Para Natália de Menudo, com o passar do tempo, é cada vez mais evidente a necessidade de realizar uma série de atividades no ambiente familiar com o objetivo de acondicionar a família brasileira em uma proposta de respeito ao próximo. “Esse processo pode ser efetuado a longo prazo com o auxílio de assistentes sociais, por exemplo. A intolerância é inaceitável em um país que preza pela civilidade e respeito aos aspectos democráticos. Tolerar é respeitar a opinião alheia ou qualquer forma de apresentação”.

Os dados da pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia ainda indicam que a região Norte vem liderando o número de assassinatos por habitantes, desbancado o Nordeste que por décadas ocupou essa colocação. Em 2016, foram computados 3,02 homicídios a cada um milhão de habitantes no Norte, seguido pelo Nordeste (1,94), Sul (1,24), Sudeste (1,19) e Centro-oeste (2,56). Totalizando esses números por estados, estão na frente São Paulo, com 49 assassinatos; Bahia, 32; Rio de Janeiro, 30 e Amazonas, 28.

A vereadora defendeu que é preciso trabalhar meios que proporcionem a compreensão das pessoas para que, mesmo estando diante de divergências filosóficas, religiosas e sociais, o respeito pelo ser humano prevaleça. “Devemos repudiar qualquer atitude de intolerância que prejudique ainda mais as relações pacíficas de exercício pleno da cidadania e o respeito às diferenças. E como diz o grande poeta Fernando Pessoa, quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece porque menos depende da minha subjetividade”.

Em 17.05.2017, às17h36.