Nomeação de equipamentos públicos gera debate na Câmara

Carlos Gueiros pontuou que existem diversos projetos anteriores que nomeiam equipamentos públicos e que não saem do papel. “Não que eu seja contra a homenagem que se deseja prestar ao jornalista Carlos Percol. Mas outros projetos foram aprovados aqui. Eles foram transformados em lei e estão na prateleira, esperando serem colocados em prática. Estamos vendo isso acontecer em todos os governos e este não está sendo diferente dos demais. Ruas, prédios públicos e centros municipais estão surgindo, mas são dados nomes novos. Quando somos desrespeitados, o povo é desrespeitado também.”

De acordo com o vereador Ivan Moraes (PSOL), um letreiro já indicava o novo nome da biblioteca do Compaz mesmo antes do projeto ser votado na Câmara. Ele também pediu pluralidade no rol de homenagens colocadas em prática pela prefeitura. “Percol foi meu amigo pessoal, um jornalista como eu. Não se trata de uma discordância quanto à importância da homenagem. Estamos recebendo uma discussão para aprovar o nome de Percol, mas o nome já está lá.”

Em meio a uma discussão a respeito do número de homenagens prestadas ao ex-governador Eduardo Campos, o vereador Romerinho Jatobá (PROS) defendeu os tributos feitos ao socialista e enalteceu a figura do jornalista Carlos Percol. “Percol foi um amigo de verdade, é merecedor de homenagens. Eduardo Campos foi um governador brilhante que fez muito pela nossa cidade. Toda homenagem a ele é bem vinda.”

Vice-líder da bancada de governo, o vereador Wanderson Florêncio (PSC) procurou encontrar uma solução para o problema colocado em debate. “Poderia ser um compromisso nosso, da bancada de governo, de compilar [as denominações de equipamentos] e levar isso para a pauta do Executivo. É um compromisso que nós fazemos.”

Também subiu à tribuna para discutir o projeto 1/2017 o vereador André Régis (PSDB). O parlamentar fez críticas à Prefeitura  e afirmou ser preciso fazer homenagens seguindo um critério de merecimento. “Que as homenagens não sejam feitas porque a pessoa pertence ao partido, mas a quem de fato merece. Estamos em uma situação até mesmo de constrangimento, na medida em que a Prefeitura já escolheu o nome homenageado, já colocou a placa e inaugurou a obra.”

A vereadora Marília Arraes (PT) também criticou a exibição do nome do homenageado antes da aprovação do Legislativo. “A despeito de estarmos em grupos políticos diferentes, a ideia de homenagear o jornalista Carlos Percol foi minha. Mas o problema não é esse. A fila de homenagens vem sendo desrespeitada há muito tempo. O problema é a falta de atenção a este Poder a partir do momento em que se inaugura um equipamento e depois é enviado o documento para votarmos. Infelizmente, essa celeuma está acontecendo com uma homenagem a uma pessoa querida como Carlos Percol.”

Líder de oposição, ela orientou o grupo a se abster da votação do projeto. Ao final da reunião, ela usou seu tempo de liderança para explicar o posicionamento. “Se a homenagem fosse a outra pessoa que não a Carlos Percol, teríamos votado contra. Condutas assim são contra a democracia e o poder Legislativo.”

Foram registrados 20 votos a favor da matéria e sete abstenções. Após ser dado o resultado, o vereador Almir Fernando (PCdoB) citou casos de denominação similares ao da biblioteca do Compaz. “Essa não é a primeira vez em que acontece isso. Espero que a partir de hoje a gente consiga alinhar. Que se converse com o Executivo para ser mandado o projeto antes e depois nomear.”

Em 29.03.2017, às 17h47