Nova audiência pública irá discutir projeto de lei sobre homofobia

Contrário ao projeto que pune quem se manifestar publicamente contra homossexuais, o vereador Luiz Eustáquio (PT), em discurso durante a sessão plenária desta terça-feira (11), comunicou a realização de uma nova audiência pública, no próximo dia 31, para discutir a proposta que tramita no Senado. “Não temos nada contra a homofobia, mas não podemos permitir que uma lei venha criminalizar pessoas com opiniões diferenciadas. É preciso discutir com a sociedade e colocar o nosso ponto de vista”. O parlamentar e vários religiosos acreditam que, com a aprovação da lei, pastores e padres serão impedidos de trabalhar já que recitam trechos bíblicos contrários aos homossexuais e poderão ser processados.

O projeto de lei federal já havia sido debatido no plenarinho da Câmara do Recife, por iniciativa da Frente Parlamentar pela Cidadania LGBT, na segunda-feira (10). Durante o encontro, deputados e representantes de movimentos pelos direitos dos homossexuais traçaram estratégias para conseguir apoio no Senado. Para o vereador Daniel Coelho (PV), que convocou o encontro, está sendo feito um falso antagonismo. “Dá para imaginar o que acontece com os homossexuais, vítimas de piadas e outras coisas. Ninguém vai ser preso por ler a Bíblia. Cristo disse que todos devem se amar por igual. Não vamos colocar homossexuais contra heterossexuais e não se admite o preconceito, a agressão. O projeto de lei trata sobre todos os tipos de discriminação, inclusive o religioso”.

A vereadora Aline Mariano (PSDB) frisou que era importante explicar bem a sociedade o que está acontecendo. “Padres e evangélicos deram declarações infelizes sobre mordaça, mas somos todos cristãos. Quero saber em qual trecho do projeto diz que não se poderá ler a Bíblia? Não é verdade”.

Eustáquio pediu ao presidente Múcio Magalhães (PT) que indicasse os integrantes da Frente em Defesa da Família criada na Câmara por iniciativa do vereador André Ferreira (PMDB). Mas Múcio informou que não poderia nomear porque os parlamentares precisam se inscrever voluntariamente no grupo.