Oposição e situação avaliam os cem dias de gestão

Com um discurso marcado pelo tom político, os quatro parlamentares de oposição e quase todos os da base aliada do governo avaliaram, na tarde desta quarta-feira, 10, durante mais de uma hora, os cem dias da gestão do prefeito Geraldo Julio. A líder da oposição na Câmara do Recife, vereadora Aline Mariano (PSDB), abriu o debate afirmando que a bancada eleita pelo povo da cidade para fiscalizar a gestão, encerrava agora a trégua concedida para que o novo prefeito deixasse claro se era um governo de continuidade ou de rompimento. Mas ainda. Vai cobrar as promessas feitas em campanha “de forma direta e contundente”.

No discurso que leu na tribuna, Aline Mariano destacou que o fim da trégua não significava que a oposição passaria a fazer a crítica pela crítica com acusações sem provas. “Vamos passar a fiscalizar as obras diretamente em seus locais de execução e cobrar a efetivação de políticas públicas dentro dos prazos. Diante da realidade negativa herdada, entendemos que o Novo Recife só surgirá a partir de um rompimento concreto e real entre a antiga forma de governar a cidade e o novo jeito de enfrentar problemas e buscar soluções rápidas”.

Carlos Gueiros (PTB) disse que promessa de campanha é dívida e o novo prefeito transformou em cem dias de gestão as promessas feitas em dívidas que prometem 3 hospitais, 20 Upinhas, melhoria do sistema metropolitano. “Nos primeiros 4 dias de gestão colocou em prática a pedra fundamental do Hospital da Mulher, promessa e dívida de campanha”.

Almir Fernando (PCdoB) frisou que o prefeito tem trabalhado com ética e bom senso com a criação de secretarias como a das Cidades, a de Controle Urbano, a de Proteção Animal, pioneira no país, a instalação do Compaz nos bairros, o Pacto pela Vida do Recife e muito mais.

Marco Aurélio (PTC) salientou que não devia ser fácil fazer oposição a um governo que em cem dias já fez tanto, a um prefeito que está nas ruas falando com a população, dando ordens de serviços para hospitais, Upinhas, escolas. Para ele, o povo não está preocupado se o governo é de rompimento ou de continuidade.

O líder do governo na Casa, vereador Gilberto Alves (PTN), frisou que acordou feliz com o resultado de uma pesquisa que dava ao prefeito 57% de avaliação “ótimo e bom” e que se somados aos 30% de regular chegavam a 80% de aprovação. Para ele, uma marca histórioca na cidade jamais atingida por outros governantes em cem dias de atuação. “O prefeito fez melhor. Registrou em cartório as promessas feitas em campanha que agora são dívidas que já começaram a ser pagas. Esse documento é uma espécie de biblia para nós”.

Jairo Britto (PT) parabenizou os cem dias e ressaltou que o anúncio do habitacional Caranguejo Tabaiares demonstra que o ex-prefeito estava certo ao escolher construir casas para os mais necessitados e que este governo fazia bem em seguir por este caminho. Mas Priscila Krause (DEM) ressaltou que houve falta de compromisso com a cidade por parte do PT na antiga gestão. Criticou também o fato do líder do governo ter somado os resultados da pesquisa e ótimo e regular alcançando a marca de 80% de aprovação, um erro estatístico, segundo ela. “Vejo aqui colegas com soberba e ironia sobre o tamanho e a dificuldade da bancada de oposição para fazer seu trabalho. Em 60 dias o novo gestor já gastou R$ 4,2 milhões em publicidade. Com isso o resultado de aprovação deveria ser bem mais que 80%”.

Henrique Leite (PT) afirmou que a oposição evolui quando reconhece o pouco tempo para fazer coisas, mas a estratégia de comparar com a gestão anterior e se fixar no discurso do rompimento era equivocada. Isabella de Roldão (PDT) disse que cabe a todos nós fiscalizar e acompanhar a gestão, no entanto, ressaltava a alegria de ver em cem dias o hospital da Mulher sendo construido. Romerinho Jatobá  (PR) lembrou que o hospital lançado hoje fazia parte de uma série de outras que serão implantadas. Eduardo Chera (PTN) disse que a cidade estava de parabéns pelos cem dias de empenho e trabalho do prefeito.

Eurico Freire (PV) considerou que cem dias não é tempo para cobranças e que era um equívoco cobrar de uma gestão onde se via agilidade e trabalho. Já Eriberto Rafael (PTC) disse que mais do que as obras já lançadas, o prefeito recuperou o amor do recifense pela cidade, sendo mais uma vitória dele.  Estéfano Menudo (PSB) ressaltou que a gestão tem a tranquilidade de dizer que pode ser feita qualquer fiscalização porque o trabalho está sendo feito com competência.

Aderaldo Pinto (PRTB) disse que antes de ser vereador achava que seria difícil falar com o prefeito e que estava surpreso com a forma que Geraldo Júlio recebe a todos os vereadores. Jayme Asfora (PMDB) afirmou que os cem dias de gestão demonstravam a transparência com que o prefeito conduzia seu trabalho. Para ele, o diálogo tem sido a base da relação. Raul Jungmann (PPS) reconheceu as obras realizadas e outras ações como pontos positivos, mas sentia falta de uma marca fixada em conjunto com a sociedade, o que ele considera falta de ousadia  da gestão.

 

Em 10.04.13, às 20h03.